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A festa para a rainha e a relutância com a abdicação

02.06.22 13:01

O aniversário de 96 anos da rainha Elizabeth II começou a ser comemorado nesta quinta, 2, no Reino Unido. Ela é a primeira monarca britânica a celebrar um Jubileu de Platina, que marca os seus 70 anos de reinado.

Com tanto tempo no trono, a rainha já foi avistada por um em cada cinco britânicos na vida real, segundo o instituto Yougov. A pesquisa divulgada nesta quarta traz outros dados interessantes. Metade dos britânicos diz que não desejaria ter um mesmo trabalho ao longo setenta anos, e 58% não gostariam de desempenhar o papel de rei ou rainha. O Yougov também mostra que a aprovação de seu período no trono é alta: 84% acham que ela tem feito um bom trabalho.

A festa tem entusiasmado a população, mas é impossível contornar a delicada condição de saúde da rainha. Em maio, ela não pôde comparecer à abertura dos trabalhos no Parlamento por “problemas de mobilidade“. Pouco antes, o jornal Daily Mail anunciou que sua presença em eventos públicos só será confirmada no mesmo dia, e que a população deve levar em conta que ela sempre poderá não comparecer. Nesta quinta, 2, a rainha atendeu aos súditos ao aparecer na sacada do Palácio de Buckingham para ver o sobrevoo dos caças formando o número 70 (foto). Mas ela não deve comparecer ao culto nesta sexta na Catedral de São Paulo, por causa da “jornada e da atividade necessária para participar“.

A sucessão da rainha tem sido cuidadosamente planejada ao longo de décadas, mas ainda não há sinais de que ela abdicará do trono e abrirá espaço para o filho Charles. Com a expectativa de vida aumentando em todo o mundo, diversas monarquias da Europa já assimilaram a ideia de que chefes de Estado em idade avançada devem passar a coroa para a geração seguinte. Até o papa Bento 16 mudou as regras da Igreja para poder se aposentar aos 85 anos, em 2013. Mas dois motivos ajudam a explicar a relutância da monarquia britânica.

O primeiro é o compromisso pessoal que a rainha assumiu de priorizar a realeza e o país sobre todas as coisas. Esse respeito pelos compromissos constitucionais foi forjado como um contraponto à crise provocada pela abdicação de seu tio, Eduardo VIII. Em 1936, ele abandonou o trono para se casar com uma americana divorciada, que estava se separando pela segunda vez. Essa desistência súbita jogou o rei George VI e sua filha, Elizabeth, na linha de sucessão. O choque causado por essa decisão moldou o caráter da rainha e o seu reinado. Aos fazer 21 anos, em 1947, ela afirmou: “Declaro, diante de todos vocês, que toda a minha vida, seja longa ou curta, será dedicada ao seu serviço e ao serviço de nossa grande família imperial, à qual todos pertencemos“. A frase foi relembrada em um comunicado oficial divulgado em fevereiro, nas preparações para o Jubileu.

O segundo motivo é a baixa popularidade de Charles, que ganhou a antipatia de parte do público ao se separar da carismática princesa Diana, morta em um acidente de carro mais tarde. Segundo o Yougov, apenas 57% dos britânicos acham que Charles faria um bom papel como rei. O neto da rainha, o príncipe William, é mais popular: 77% acham que ele seria um bom monarca.

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  1. Abdicando ou não ela é um exemplo de dedicação. Talvez, se ainda tivéssemos família real no Brasil, poderia ser uma referência de moralidade. Claro, sempre haveria o risco de a vida real virar uma "zona", como quase tudo por aqui.

  2. Num lasca. Essa prezepada de monarquia na Inglaterra já deveria acabar a muito tempo. Foto dos bobos da corte, nada mais que isso. Morrissey tem razão!

    1. A presepada da monarquia fez muito bem aos ingleses! O país deles é um dos melhores do mundo para se morar. Preferia a presepada da monarquia do que a corrupção deslavada da república brasileira! Ponto pra eles.

    2. 84% acham que ela tem feito um bom trabalho, mas sempre haverá os contra. Faz parte.

    3. Discordo. O que devia acabar é a República de Banânia, em que os bobos da corte somos nós.

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