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“A intenção não é só humanitária”, diz médico cubano no podcast Latitude

03.02.23 14:11

O médico cubano Francisco Rosabal (foto), de 39 anos, veio ao Brasil na primeira turma do programa Mais Médicos, em 2013. Após validar o seu diploma, ele se livrou das amarras da ditadura comunista e passou a trabalhar livremente no Brasil, onde se casou e teve dois filhos.

Em entrevista ao podcast Latitude, Rosabal comentou a decisão da Justiça Federal de obrigar o governo a recontratar 1.700 intercambistas cubanos. O objetivo seria deslocá-los para cuidar dos yanomâmis, em Roraima. “A intenção não é só humanitária. Por trás há um arcabouço de intenções políticas”, afirmou Rosabal.

Ele conta que, ao atender os pacientes no Brasil, os médicos precisavam deixar claro que o atendimento médico ocorria “graças ao governo Dilma, ao governo do PT. Na Venezuela, onde Rosabal serviu antes, o proselitismo político era mais explícito. “Lá era assim. Era uma questão política mesmo. A gente batia nas portas na época da eleição e falava que as pessoas deviam votar para o Hugo Chávez“, disse Rosabal.

O médico também comentou as condições de trabalho no Brasil, onde os médicos precisavam a todo momento avisar a um superior onde estavam, não podiam trazer familiares ou se manifestar nas redes sociais contra o governo Dilma ou contra a ditadura cubana.

Ele ainda avaliou a formação dos médicos em Cuba, onde há poucos equipamentos para fazer exames e os profissionais têm pouco acesso à internet para se atualizar.

Em São Paulo, Rosabal participou de uma manifestação contra a ditadura, em 2021. Foi o primeiro protesto de sua vida. No futuro, ele espera votar nas eleições.

Ao final do podcast, Rosabal mandou uma mensagem para outros médicos cubanos que estão no Brasil e em outros países. “A gente foi criado para ser livre, para se libertar e para ter voz, em qualquer país. A primeira coisa a se fazer é se libertar de um sistema que oprime. Os pássaros nascidos em gaiola acham que voar é uma doença.”

O podcast irá ao ar no Youtube neste sábado (4) às 18h.

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  1. A intenção foi e será óbvia sair da merda e do inferno cubano MAS é se este galinheiro virar a bosta cubana farão o que?

    1. Josias, com todo respeito, sigiro que leia novamente a reportagem acima.

  2. Preciso assistir esse podcast. Quero ouvir muito um representante dos povos sofridos que conhecem a ditadura comunista. Mas, sinto que aqueles que realmente precisariam assistir, isto é, os filhotes do Lulapai nem passarão por perto. Assim como os bolsomínions preferem se afastar da verdade e manter suas ideologias acesas, por falta de identidade própria e ignor.ância.

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