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A reviravolta da Bolívia na relação com o narcotráfico

24.11.19 11:36

A renúncia de Evo Morales na Bolívia e a posse da presidente interina, Jeanine Añez, produziu um giro completo na maneira como o país lida com o narcotráfico.

Na quinta-feira, 21, o ministro de Governo da Bolívia, Arturo Murillo, anunciou que o governo transitório irá extraditar 14 narcotraficantes solicitados pela Justiça brasileira. Os pedidos do Brasil tinham sido enviados para La Paz, mas acabaram desaparecendo na burocracia do governo de Evo Morales.

“Nos últimos anos, o Brasil teve extrema dificuldade em pactuar medidas com autoridades da Bolívia para conter a saída das drogas deste país. Isso acontece porque cerca de 20% a 25% do PIB boliviano vem do comércio da droga, cujo dinheiro movimenta a economia”, diz o especialista em segurança José Vicente da Silva, coronel aposentado da Polícia Militar e ex-secretário nacional de segurança.

A cocaína e a pasta-base do crack produzidos na Bolívia (foto) são vendidas para grupos brasileiros, como o Primeiro Comando da Capital, o PCC, e o Comando Vermelho. Além de um dos maiores mercados consumidores do mundo, o Brasil também é um corredor de exportação. Máfias russas e italianas adquirem a droga para abastecer mercados na Europa e no Oriente.

“O entendimento recente entre a Justiça do Brasil e da Bolívia mostra que pode haver alguma evolução no combate ao tráfico de cocaína, o que seria uma inversão da situação anterior, em que existia uma resistência muito grande por parte dos bolivianos”, diz Silva.

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