Agência BrasilAlcolumbre observa Toffoli: o senador quer aval do Supremo para tentar seguir na presidência

Alcolumbre lembra a Toffoli que defende o STF de ataques ‘há seis meses’

24.09.19 14:59

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, avisou que a maioria do Senado trabalha para defender o Supremo Tribunal Federal de ataques que a corte vem sofrendo “há seis meses”, no encontro com o presidente do Supremo, Dias Toffoli (foto), no fim da manhã desta terça-feira, 24.

“O STF nunca foi agredido como está sendo nessa quadra”, avaliou o senador do DEM do Amapá. “E o Senado sempre se manifestou solidário”, lembrou. Alcolumbre vem atuando para evitar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os tribunais superiores, a chamada CPI da Lava Toga.

Toffoli recebeu 15 senadores, liderados por Alcolumbre. Eles foram a pé do Congresso até o tribunal para pedir um posicionamento do Supremo sobre a operação da Polícia Federal na quinta-feira, 19, de busca e apreensão no gabinete do senador Fernando Bezerra, líder do governo na casa. Bezerra é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro desviado de grandes obras do Nordeste.

A operação foi autorizada pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso, contra um parecer da ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge, que considerou a medida “invasiva”. Alcolumbre afirmou que a decisão de Barroso “invadiu o Legislativo e o Executivo”. A opinião, segundo ele, é também “de todos os senadores”.

Além de Alcolumbre, estiveram com Toffoli Eduardo Gomes (MDB-TO), Jacques Wagner (PT-BA), Paulo Rocha (PT-PR), Daniella Ribeiro (PP-PB), Telmário Mota (Pros-RR), Rogério Carvalho (PT-SE), Humberto Costa (PT-PE), Eduardo Braga (MDB-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Katia Abreu (PDT-TO), Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Jayme Campos (DEM-MT) e Vanderlan Cardoso (PP-GO).

O Senado pediu oficialmente que o plenário do STF discuta a medida autorizada por Barroso, e que seja determinada a devolução de qualquer material apreendido, para “se restabelecer a harmonia e separação dos Poderes e a imagem do Congresso Nacional”.

Depois do encontro, Toffoli afirmou que o plenário da corte deve discutir a concessão de medidas cautelares contra parlamentares sem o aval da Procuradoria-Geral da República. “É um tema importante”, reconheceu Toffoli. “Não me lembro, nesse período que estou aqui, nem em plenário, nem em turma, da discussão a respeito dessa possibilidade de um atendimento diretamente da polícia sem o aval da Procuradoria-Geral”, declarou.

O presidente do Supremo evitou, no entanto, determinar um prazo para realizar o debate. Toffoli alegou que a questão “tem que ser amadurecida, tem que ser bem pensada”. Segundo o ministro, qualquer decisão, se tomada, “vai ser tomada colegiadamente, justamente para estabelecer um marco”.

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