Agência Brasil

‘Aqueles cheques foram para mim’, diz Bolsonaro sobre os R$ 89 mil de Queiroz para Michelle

15.12.20 19:16

O presidente Jair Bolsonaro (foto) afirmou nesta terça-feira, 15, que eram para ele os cheques depositados por Fabrício Queiroz e a mulher, Márcia Queiroz, na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os repasses totalizaram 89 mil reais, conforme revelou Crusoé.

De acordo com Bolsonaro, Queiroz fez pagamentos pessoais e de contas, porque era uma pessoa “de confiança”. “Vamos apurar? Vamos, mas cada um com a sua devida estatura, e não massacrar o tempo todo, como massacram a minha esposa, quando falei desde o começo que aqueles cheques do Queiroz ao longo de dez anos foram para mim, não foram para ela. Eu dava 89… divide aí, Datena. 89 mil reais por dez anos, dá em torno de 750 reais por mês. Isso é propina? Pelo amor de Deus! Pelo amor de Deus! 750 reais por mês. O Queiroz pagava conta minha também. Era de confiança, tá? Tá com esse processo agora”, disse, em entrevista a Bandeirantes.

As versões apresentadas pelo presidente, no entanto, são conflitantes. Em 2018, quando o relatório do Coaf revelou o depósito de cheques no valor de 24 mil reais na conta de Michelle, Bolsonaro justificou em entrevista ao Antagonista que o dinheiro era parte de um acerto de contas: Queiroz estaria pagando um empréstimo de 40 mil reais que ele havia feito ao amigo de longa data e faz-tudo da família.

Entretanto, com o avançar das investigações, a quebra do sigilo bancário de Queiroz mostrou que os cheques do ex-assessor de Flávio Bolsonaro e de Márcia Queiroz não somam nem 24 mil nem 40 mil reais, como havia afirmado o então presidente eleito em dezembro de 2018, mas 89 mil reais.

Essa é a primeira vez em que Bolsonaro busca explicar a origem dos novos cheques. O presidente manifestou-se sobre o assunto sem ser questionado a respeito do tema. A pergunta, na verdade, era sobre reportagem da Revista Época que revelou que a defesa de Flávio Bolsonaro recebeu orientação do Gabinete de Segurança Institucional e da Agência Brasileira de Inteligência no caso do “rachid”.

Em relação ao filho 01, Bolsonaro afirmou que o processo de investigação não tem sido “justo” e alegou que, com a apuração, buscam atingi-lo. “É meu filho. Sei que tem a ver com ele. O que eu sempre torci é que fosse um processo justo, mas isso não está sendo feito”, afirmou. “Você vê essa questão da Abin. Estive com o general Heleno e perguntei: ‘alguma coisa foi feita?’. Ele falou: ‘não’. Como na semana passada, retrasada, falaram que eu queria interferir na Receita Federal. A Receita Federal, se vazou alguma coisa, não tem mais nada o que vazar agora, já está tudo vazado”.

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