As perguntas que a PF não fez a Jair Bolsonaro
05.11.21 08:30O tão aguardado depoimento prestado por Jair Bolsonaro à Polícia Federal na noite de quarta-feira, 3, em Brasília foi visto por investigadores com longa trajetória em oitivas como mais uma prova de que, ao contrário do que disse ao delegado que o visitou no Palácio do Planalto, o presidente da República interferiu, sim, na corporação.
O termo de declarações juntado nesta quinta-feira, 4, ao inquérito no Supremo Tribunal Federal expõe um “investigado” bastante confortável com o baixo rigor do interrogatório conduzido pelo delegado Leopoldo Lacerda, chefe do setor de inquéritos especiais da PF, que assumiu o caso em setembro, depois que o delegado Felipe Leal foi afastado pelo ministro Alexandre de Moraes por solicitar novas diligências para preencher “lacunas” que ainda restavam.
Algumas dessas lacunas ficaram explícitas no depoimento e continuam sem respostas. Foram 13 tópicos abordados por Lacerda relacionados à acusação feita por Sergio Moro em abril do ano passado, quando ele pediu demissão do Ministério da Justiça afirmando que Bolsonaro queria intervir na Polícia Federal para blindar a família e aliados de investigações. O presidente respondeu todas elas como quis, sem ser confrontado. A seguir, Crusoé lista as perguntas que a PF deixou de fazer a Bolsonaro nas dependências do Planalto.
Ao ser questionado sobre os motivos pelos quais “pediu” a Moro para trocar o então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, Bolsonaro alegou “falta de interlocução” e necessidade de “maior interação” com o chefe da PF. O presidente não foi indagado sobre que tipo de interação ele gostaria de ter com o diretor de uma corporação autônoma, cujo chefe imediato é o ministro da Justiça e que tem como uma de suas atribuições investigar desvios dentro do seu governo. Como militar reformado, Bolsonaro sabe, ou deveria saber, como funciona a hierarquia dentro das instituições.
Indagado sobre as declarações na fatídica reunião ministerial de abril de 2020, na qual reclamou que a PF não lhe dava informações e que não tinha acesso a “relatórios de inteligência”, Bolsonaro disse que se referia a dados para ajudá-lo na “tomada de decisões” e não “informações sigilosas sobre investigações”. O presidente não disse — e também não foi questionado a respeito –, sobre qual a base legal para esse tipo de cobrança da PF e por que não cobrou esses dados da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, criada justamente para subsidiar o presidente da República com esse tipo de informação.
A Abin, aliás, sintetiza a maior das contradições da defesa de Bolsonaro contra as acusações de interferência da PF. E nenhuma delas foi explorado no depoimento no Palácio do Planalto. O presidente disse que quando reclamou que havia tentado “trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente” e não havia conseguido, ele se referia ao núcleo do Gabinete de Segurança Institucional, comandado pelo general Augusto Heleno, fiel aliado dele, e a quem a Abin está subordinada. Bolsonaro não foi questionando por que, então, pediu para trocar o superintende da PF no Rio e não os agentes de segurança do GSI.
O delegado Leopoldo Lacerda poderia ter perguntado a Bolsonaro se sua maior queixa em relação ao “serviço de inteligência” e “segurança” não estava relacionada à PF, mas aos agentes vinculados ao GSI, por que ele indicou o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, para ser o sucessor de Valeixo no comando da Polícia Federal — a nomeação só não se concretizou porque foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro também disse no interrogatório que pediu para trocar o chefe da PF em seu estado à época, Ricardo Saadi, porque o Rio é “muito complicado” e “necessitava” de um dirigente local com “maior liberdade de trabalho”. Faltou indagá-lo quais exemplos mostravam a suposta falta de independência do delegado e se isso não seria um problema relacionado ao superior dele e não ao ao próprio superintendente.
Também não houve nenhum questionamento sobre os dados que embasam a afirmação de que o pedido de troca da superintendente da PF em Pernambuco foi feito por causa da “baixa produtividade local”, o que é desmentido pelos balanços da própria corporação. Bolsonaro apontou ainda como um dos motivos da saída da delegada Carla Patrícia o fato de ela ter ocupada anteriormente cargo de secretário estadual, o que “não daria a isenção necessária nos trabalhos locais”. O atual diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, que tem agradado o presidente com sua atuação, já foi secretário no governo do PSDB de São Paulo e funcionário comissionado do STF e do Superior Tribunal de Justiça.
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Agora vão fazer reprise das investigações sobre o Adélio. Será que por está perto das eleições vão encontrar um boi de piranha na trama para beneficiar bolsonaro ?
Enquanto o Brasil for o país onde a impunidade, nós não seremos um país razoável para se viver.
Exatamente, muita coisa não foi perguntada, não chamaram os advogados do Moro por isso.
Igualzinho aos chas das 15 que fazem pra aprovarem os ministros do supremo e outros igualmente privilegiados de carta marcada. Este Brasil e mesmo uma piada.
A matéria foi cirúrgica. Bolsonaro é um mentiroso contumaz. Mor🇧🇷 Presidente.
Interrogatório realizado para arquivar processo.
ESSE DELEGADO TEM QUE OUVIR O MARCOLA, O FERNANDINHO BEIRAMAR, NOS MOLDES DA OITIVA DO BOLSONARO. VAI SER TODO MUNDO SOLTO.
Ué, porquê o Bolsonaro não pedia as informações diretamente ao Moro, então o Ministro da Justiça?o
Constitucionalmente o PR elege o diretor da PF. Assim, presidente da PR, pode investigar como quiser os candidatos á diretor da PF. Mesmo assim e Inconstitucionalmente, o ministro de Morais, vetou a indicação do PR. Qual foi o real motivo ? Medo do que o indicado pelo PR soubesse coisas que não interessavam aos "donos" do Brasil que ele soubesse ?
O presidente escolhe, mas não controla. Se a Dilma controlasse a PF, a Lava Jato não seria levada adiante. Bolsonaro não buscou interferir na PF para proteger a sua família corrupta, quiçá os corrputos que o cercam. "Um Brasil justo para todos." Mor🇧🇷 Presidente.
este é mesmo o país do cinismo e da hipocrisia .. o presidente da república é o Chefe da Polícia Federal mas não pode interferir nela . é muita falta do que fazer ou seria de assunto? onde esta gente pensa que vive? uns respeitaram a independência republicana da PF mas nenhum como o Bolzo aí inventam factóides de nomeada .. haja óleo de peroba para tanta cara de madeira.
Amaury, QUAL PARTE DE VC É UM IMBECIL, VC AINDA NÃO ENTEDEU? Já conversamos sobre isso, velho do caralho. Se a Dilma controlasse a PF, como seria descoberto o Petrolão? Vai arrumar o que fazer. Por que não toma um viagra e masturba esse seu pinto mucho?
Vamos VARRER esse sujeito em 22 !! FORA !!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mais uma: ao responder que nunca recebeu, DE FORMA DIRETA, relatórios de inteligência da PF, deveria ter sido questionado de que forma INDIRETA ele os recebeu? Por meio da ABIN paralela? Quem a compõe?
A PF também Ñ perguntou como é q o broncossauro consegue mentir tão cínica, deslavada e perversamente ao POVO BRASILEIRO e à própria PF, acusando falsamente um inocente q, além do BRASIL, o planeta inteiro sabe ser íntegro, probo, honrado e decente, totalmente ao contrário do q se pensa do Ártico ao Antártico sobre o broncossauro!!! E o néscio imagina a possibilidade de alguém normal no planeta inteiro acreditar em uma só palavra sua!!! É uma das tragicomédias mais estúpidas desse desgoverno!!!!