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Bolsonaro diz que preocupação no Rio decorria de supostas investidas de Witzel

22.05.20 21:23

Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 22, que tinha preocupações no Rio de Janeiro em decorrência de supostas investidas do governador do estado, Wilson Witzel (foto à direita). Mais uma vez, o presidente insinuou que o adversário político tem relação com o porteiro que o vinculou ao caso Marielle Franco — a versão do funcionário acabou desmentida após a instauração de inquérito na Polícia Federal.

“Pedi ao Sergio Moro: ‘Bota a PF para investigar o porteiro’. Eu quero saber se o porteiro foi coagido. Se o porteiro foi subornado, se ele é maluco. Com muito retardo se chega à conclusão que ele gosta de falar. Mas nada além disso? Sabiam do problema do governador que queria minha cabeça a todo custo. Que o objetivo dele é ser presidente da República e, para isso, tinha que destruir a mim e minha família”, disparou ao chegar ao Palácio da Alvorada.

As declarações de Bolsonaro reforçam o que mostrou Crusoé há duas semanas. O presidente acredita que Witzel quer inviabilizá-lo politicamente e que vinha usando a estrutura policial do estado para isso. Por isso pediu que Polícia Federal entrasse em campo para defendê-lo.

Bolsonaro relatou que esteve “o tempo todo vivendo sob tensão” e acrescentou que chegou a saber da possibilidade do cumprimento de mandados de busca e apreensão na casa de seus filhos, quando “provas seriam plantadas”.

“Graças a Deus tenho amigos policiais civis e policiais militares no Rio de Janeiro, e levantei o que estava sendo armado para mim. ‘Moro, eu não quero que me blinde, mas você tem a missão de não deixar eu ser chantageado’”, emendou, fazendo referência ao que teria dito ao ex-ministro.

Questionado sobre quem costuma lhe entregar informações, o chefe do Planalto citou “um colega de vocês da imprensa, um sargento do Batalhão de Operações Especiais no Rio e um capitão do Exército, um policial civil em Manaus”.”Eu descubro muitas coisas, porque lamentavelmente eu não descubro via inteligências oficiais, que é da PF, Marinha, Aeronáutica e Exército, e da Abin”, falou.

Para o presidente, era obrigação de Moro protegê-lo. “Não é me defender de corrupção, de dinheiro encontrado no exterior, é defender o presidente para que ele possa trabalhar e ter paz contra uma pessoa que tem obsessão por uma faixa presidencial. Não consegue administrar o Rio de Janeiro e quer ser presidente da República.”

Na reunião interministerial de 22 de abril, Bolsonaro transpareceu preocupação com amigos e familiares no Rio. “É a putaria o tempo todo pra me atingir, mexendo com a minha família. Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira”, afirmou na ocasião.

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