Adriano Machado/Crusoé

Clã Bolsonaro bate recorde de gastos com cartões: em 2021, já foram R$ 5,8 milhões

16.08.21 07:01

Desde que assumiu o governo, Jair Bolsonaro tem aumentado sistematicamente os gastos com os cartões corporativos destinados ao pagamentos de suas próprias despesas e as de seus familiares. Entre janeiro e agosto deste ano, a conta atingiu a cifra de 5,8 milhões de reais. O valor é recorde para o período desde 2001, quando os cartões passaram a ser utilizados pelo governo federal. Entre janeiro e agosto do ano passado, a família presidencial gastou 4,5 milhões de reais.

A conta não inclui outros órgãos do governo, como a Agência Brasileira de Inteligência e o Gabinete de Segurança Institucional, que têm seus próprios cartões corporativos. Estão computados apenas aos gastos da família do presidente em viagens e as despesas domésticas, por exemplo. Para se ter uma ideia do que representa o valor despendido pelo clã presidencial, em toda a administração federal 2,8 mil funcionários públicos gastaram, em 2021, 131 milhões de reais por meio dos cartões.

Por determinação do governo, todos os gastos do presidente e seus familiares estão sob sigilo — portanto, não há como saber o que tem sido comprado. O cartão corporativo foi criado para substituir os cheques na administração pública e funciona de maneira similar aos cartões de crédito pessoais ou de empresas,  só que com limites e regras específicas.

Antes de chegar à Presidência, Bolsonaro tinha um discurso crítico ao excesso de gastos com os cartões corporativos e condenava, principalmente, a falta de transparência nas prestações de contas. Em agosto de 2019, já no Planalto, ele disse que iria divulgar as informações detalhadas dos gastos pessoais: “Vamos fazer uma matéria amanhã? Vou abrir o sigilo do meu cartão. Não precisa quebrar o sigilo. Vou abrir o sigilo do meu cartão. Pra tomarem conhecimento quanto gastei de janeiro até o final de julho. Tá ok, imprensa?”.

Na Câmara dos Deputados, há projetos de lei que buscam acabar com o uso dos cartões. Já no Tribunal de Contas da União, o TCU, estão em curso duas auditorias para avaliar o aumento de gastos durante a gestão Bolsonaro.

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