CNMP abre processo contra procuradores da Lava Jato do Rio

Em mais uma decisão contra investigadores que atuaram na Lava Jato, o Conselho Nacional do Ministério Público, o CNMP, decidiu nesta terça-feira, 19, abrir um processo administrativo disciplinar contra onze procuradores que integraram a força-tarefa do Rio de Janeiro.

Por 8 votos a 3, o colegiado que fiscaliza as ações dos membros do Ministério Público acolheu o relatório do corregedor Rinaldo Reis Lima (foto), defendendo a abertura de uma apuração sobre os procuradores por suposta violação de sigilo funcional. Em seu parecer, Lima propôs a demissão dos profissionais, o que ainda será analisado durante o processo no CNMP.

A representação contra os procuradores da extinta força-tarefa da Lava Jato do Rio foi feita pelo próprio corregedor, com base em um pedido da defesa dos ex-senadores Edison Lobão e Romero Jucá, denunciados pelo Ministério Público Federal no Rio por corrupção nas obras da usina nuclear de Angra 3.

Eles argumentam que os procuradores divulgaram dados que estavam sob sigilo em um release publicado no site do Ministério Público Federal no qual informavam sobre a denúncia oferecida contra os caciques do MDB, como valores supostamente pagos em propina aos políticos. Segundo os procuradores, todas as informações divulgadas já eram de conhecimento público.

Essa é a segunda decisão seguida do CNMP contra integrantes da Lava Jato. Na segunda-feira, 18, o órgão decidiu demitir o procurador Diogo Castor, que integrava a força-tarefa de Curitiba, por causa da contratação de um outdoor no Paraná, com recursos próprios, em apoio à operação de combate à corrupção, feita em março de 2019.