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Como Biden pode afundar os democratas nas legislativas

Com aprovação do presidente em baixa e americanos pessimistas com a economia, cenário para o seu partido é nebuloso
08.11.22 07:17

Os americanos irão às urnas nesta terça, 8, para as eleições legislativas que ocorrem na metade do mandato do presidente, as midterms. Pesquisas de intenção de voto dão como certo que os republicanos reconquistarão a maioria na Câmara, enquanto a disputa no Senado está acirrada.

Em seu último discurso para animar os eleitores democratas, o presidente Joe Biden (foto) afirmou que este é um momento grave. “A democracia está na urna este ano, além do seu direito de escolher e de ter privacidade“, disse o presidente. A mensagem faz referência indireta aos ataques do seu antecessor, Donald Trump, às instituições democráticas e suas acusações de fraudes nas urnas. Ao falar de escolha e privacidade, Biden quer estimular o voto das pessoas que não gostaram da decisão da Suprema Corte de meados do ano de acabar com o direito constitucional ao aborto em toda a federação. Agora, valem as regras de cada estado.

A estratégia, contudo, não deve beneficiar muito os democratas nas urnas. Segundo uma pesquisa da Universidade Quinnipiac do início de novembro, o assunto que os americanos consideram mais urgente é a inflação, citada por 36%. O aborto vem em segundo, com 10%. A questão que mais preocupa é o preço da gasolina e dos bens de consumo, citada por 54% dos americanos. Outros 25% citam o preço do aluguel.

Biden tem argumentado que a inflação se deve à pandemia e à guerra na Ucrânia, mas isso não tem reduzido as inquietudes dos americanos. Atualmente, os americanos estão mais pessimistas com a situação da economia do que estavam em plena recessão de 2007 e 2008. O histórico das pesquisas mostra que, quando o índice de confiança do consumidor está baixo, o partido do presidente perde mais de dez cadeiras na Câmara.

Outro indicador de que o partido do presidente perderá espaço no Congresso é a aprovação presidencial. Quando esse índice está abaixo de 40%, é certo que o partido do presidente será penalizado. A de Biden está em 36%, segundo a Quinnipiac. Cerca de 53% o desaprovam.

Com um presidente impopular que não consegue acalmar as angústias de seus eleitores, os democratas deverão ter uma eleição difícil nesta terça.

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