Divulgação/Governo de SPRodrigo Garcia: apelo ao espírito bairrista

Da parceria com Kassab à delação do Metrô: a trajetória de Rodrigo Garcia, o novo governador de SP

03.04.22 17:04

O tucano Rodrigo Garcia assumiu o governo de São Paulo na última sexta-feira, 1º, com o status de “prioridade nacional do PSDB”, expressão usada pelo presidente do partido, Bruno Araújo, ao explicar que a carta que ele redigiu reiterando a pré-candidatura presidencial de João Doria um dia antes tinha como principal objetivo garantir a passagem do cargo ao vice-governador — Doria havia ameaçado não deixar a cadeira.

Garcia ainda não engrenou nas pesquisas — aparece em quarto lugar, com 6% –, mas atraiu grandes partidos para sua coligação, como MDB e União Brasil, porque suscita uma forte expectativa de poder. Não apenas por assumir definitivamente o comando da máquina estadual, com a renúncia de Doria, mas também por ser um político experiente e habilidoso.

A trajetória do novo governador de São Paulo, que tem 47 anos, é digna de um profissional do establishment político. Rodrigo Garcia iniciou a carreira parlamentar em 1999, com apenas 24 anos, elegendo-se deputado estadual pelo PFL, que virou DEM e agora se chama União Brasil, em dobradinha com Gilberto Kassab, eleito deputado federal na ocasião.

Antes disso, Garcia já tinha sido chefe de gabinete de Kassab na Secretaria de Planejamento na gestão do ex-prefeito Celso Pitta. Após a vitória nas urnas, a dupla levou a parceria para o campo dos negócios e abriu quatro empresas em sociedade — as firmas tinham negócios nos setores de construção, agropecuário e gráfico. A parceria empresarial durou até 2007. Já a aliança política estremeceu em 2011, depois que Garcia deixou de ser secretário de Kassab e o ex-prefeito largou o DEM para fundar o PSD.

A primeira grande demonstração de habilidade política de Garcia veio em 2005, quando ele lançou uma candidatura alternativa à presidência da Assembleia Legislativa paulista e desbancou o candidato do governo Geraldo Alckmin na ocasião, por uma diferença de apenas dois votos (48 a 46). Foi a única vez que o PSDB perdeu o controle da casa desde que o partido assumiu o comando do estado, em 1995.

Foi durante os três mandatos em que ficou na Assembleia que Garcia teria se envolvido em um escândalo de corrupção que ainda faz sombra à sua fama de “político-gestor”. Em uma delação homologada em 2019 pela Justiça Federal de São Paulo, o ex-diretor do Metrô Sérgio Brasil afirmou que Garcia havia implantado um “esquema de contribuições político-partidárias” dentro da estatal.

O delator disse que Rodrigo Garcia foi seu “padrinho político” no Metrô e relatou ter feito entre 15 e 20 entregas de até 100 mil reais em dinheiro para o atual governador e para o deputado Arnaldo Jardim, do Cidadania, esquema semelhante ao desmantelado pela Lava Jato na Petrobras.

Garcia já havia aparecido na delação da Odebrecht, sob o codinome “Suíça”, por suposto recebimento de caixa 2 na campanha de 2010. Este caso foi arquivado no Supremo Tribunal Federal, enquanto a delação do Metrô segue o mesmo ritmo das obras no Ministério Público Federal. O governador sempre negou as acusações.

Após romper com Kassab, Garcia se alojou no governo de Geraldo Alckmin, onde foi secretário de três pastas entre 2011 e 2018, quando se elegeu vice na chapa de João Doria. Agora, fará seu voo solo para tentar se reeleger. Deixou de ser segredo no Palácio dos Bandeirantes que o atual governador tentará se descolar de Doria, por causa do alto índice de rejeição que ele carrega, para tentar manter a hegemonia do PSDB em São Paulo.

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  1. Esses ratos não se incomodam com nada , pois sabem que os gatunos gorduchos e velhacos do STF, já tem o veredito final , salve Gedel, Zé Dirceu , os Pastores do Bozo. Isso é o Brasil.

  2. É impressionante a plasticidade dessa subespécie.... a cara sem vergonha é inquestionavelmente conclusiva. Que trajetória espúria, que condutas repulsivas, que figurinha repugnante!!! SAMPA não merece o que ninguém merece!!!

  3. Eita!! Quando politico vai se conscientizar que nada fica escondido...nada fica em segredo? Eles querem levar vantagem e acabam sujando sua carreira politica. Por muito menos não voto em Vinicius Poit, com este então.... mais uma vez anularei meu voto.

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