Delúbio road show

Delúbio Soares (foto), o ex-tesoureiro do PT expulso do partido após aparecer no centro do escândalo do mensalão, em 2005, saiu em uma turnê por estados do Nordeste neste mês. A roda de debate, com o tema “Quando a Política se Vale da Justiça?”, já passou por Maceió, Recife e Natal, em pequenas reuniões em sindicatos.

Ele, que agora se apresenta apenas como fundador do PT, está em visita aos estados para fazer trabalho de base — isto é, em suas palavras em uma recente entrevista a uma rádio em Pernambuco, “mostrar à militância do partido, com a imprensa, com a Ordem dos Advogados de cada estado e dentro das universidades o que aconteceu em duas operações que foram muito difíceis para o Brasil enfrentar: o mensalão e a Lava Jato.“

Ele foi inocentado no final de março pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre seu papel nas investigações da Lava Jato. Agora, quer tornar pública sua opinião sobre uma suposta “guinada” do Judiciário. Delúbio ainda mantém a narrativa de que as duas operações precisavam tirar figuras da política (Lula, José Dirceu, Dilma Rousseff) e do partido (ele, o ex-secretário-geral Silvio Pereira e José Genoíno) de circulação.

Sobre o presidente, Delcídio disse que não recebeu convite algum para integrar o terceiro mandato do petista. O apoio continua e ele garantiu que que, caso fosse convidado, não aceitaria. “Neste governo do Lula, ele foi eleito por uma base e ele precisa contemplar essa base. A tarefa dos militantes políticos é apoiar.”

E o governo vai muito bem, obrigado. “Nós vamos constituir uma base [de governo] forte, com base em programa”, continuou. “Essa harmonia [com o Congresso Nacional] vai se dando. Vai ter um ruído aqui e ali mas vamos superar.”

A turnê de Delcídio, ele garantiu, vai até dezembro — depois, “começa a eleição para 2024”. À rádio de Pernambuco, ele disse ainda não estar certo se irá se lançar a um cargo público, mas não negou que poderia fazê-lo pelo estado de Goiás. “Precisa-se de ter três coisas para ser candidato: vontade, saúde e base eleitoral”, disse. “Saúde eu tenho, as outras vamos construindo.”