Adriano Machado/Crusoé

Deputado do caso Covaxin se filia ao Republicanos após ouvir que sigla não fechará com Bolsonaro

12.03.22 12:06

Dissidente da base aliada ao Planalto na Câmara, o deputado federal brasiliense Luis Miranda (foto) deixou a União Brasil, sigla resultante da fusão entre PSL e DEM. Ele se filiou ao Republicanos após o presidente nacional da legenda, Marcos Pereira, assegurar que o partido, hoje integrante do tripé de sustentação de Jair Bolsonaro, não embarcará na campanha à reeleição do presidente. Pereira garantiu a Miranda que o Republicanos vai adotar posição de neutralidade no pleito de outubro. 

Luis Miranda passou a fazer oposição ao governo federal no segundo semestre de 2021, após ganhar projeção com a denúncia do caso Covaxin, que fez junto com o irmão, Luis Ricardo Miranda, funcionário do Ministério da Saúde. Os dois foram atacados por bolsonaristas e pelo próprio Jair Bolsonaro ao afirmarem que alertaram o presidente, em maio daquele ano, sobre a existência de indícios de corrupção na compra da vacina indiana. Eles ainda afirmaram que, após ouvir a denúncia, Bolsonaro não acionou a Polícia Federal.

Tempos depois, insatisfeito com o que classificou como uma “desorganização” da União Brasil no Distrito Federal, Miranda passou a negociar o ingresso no Republicanos. As conversas com o presidente da sigla duraram três meses.

Só coloquei uma questão: se o partido fosse apoiar Bolsonaro, eu não poderia ir para lá”, disse ele a Crusoé. “O que me deu segurança? Escutei, inclusive do Marcos Pereira, que, em respeito à divisão de colegas, uma vez que alguns querem acompanhar a terceira via e outros preferem Bolsonaro e observando que há até mesmo membros lulistas, o partido buscará se manter imparcial e não vai apoiar ninguém”, emendou.

Miranda, agora, avalia se disputará a reeleição pelo Distrito Federal ou por São Paulo. Ele diz tomará a decisão com base em uma pesquisa digital, cujo resultado deve ser entregue na segunda-feira, 14. O parlamentar afirma que encomendou a sondagem para validar uma outra pesquisa, realizada em novembro do ano passado, que indicou que ele teria um potencial de cerca de 1 milhão de votos em São Paulo e de quase 100 mil votos no Distrito Federal. “Se houver um novo indicativo de 1 milhão de votos, não tenho nem dúvidas de que sairei por São Paulo.” 

Os números mencionados por Miranda são um tanto ousados se levado em conta o histórico das eleições paulistas. Em 2018, por exemplo, apenas dois deputados federais superaram a marca de 1 milhão de votos no estado: Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann. O terceiro colocado na disputa, Celso Russomanno, ficou bem atrás, com 521.728 votos.

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  1. Recairá sobre esse traíra a maldição bolsonarista. Esse picareta e estelionatário acusou indevidamente o presidente, sem provas" só para atrair holofotes junto a CPI circense, onde foi tratado como um trunfo nas mãos do anta amazônico, do saltitante e do ruinan cangaceiro. Ele que espere outubro chegar.

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