UN Photo/Eskinder Debebe

Discurso de Bolsonaro na ONU provoca apreensão no Itamaraty

05.09.21 16:15

A notícia de que Jair Bolsonaro irá a Nova York no dia 21 de setembro para discursar presencialmente na sessão de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas vem gerando um clima de apreensão no Itamaraty.

A preocupação de embaixadores brasileiros é de que o Brasil “transmita as mensagens corretas”. A interlocutores, o chanceler Carlos França tem dito que “muitas pessoas estão trabalhando” nesse sentido, referindo-se a ministros e auxiliares presidenciais. Estão bem vivos na memória dos diplomatas os discursos “constrangedores” de Bolsonaro na ONU em 2019 e 2020.

Tradicionalmente, o Brasil inaugura os pronunciamentos de chefes de estado na Assembleia Geral, antecedendo os Estados Unidos. Com isso, Bolsonaro deverá cruzar pessoalmente com o presidente dos EUA, Joe Biden, ainda que por um breve momento, na antessala do plenário da ONU. O Itamaraty ainda tenta viabilizar um encontro formal de Bolsonaro com Biden – seria a primeira conversa entre os dois.

Em Washington, Bolsonaro ainda sofre resistência. Recentemente, durante visita de uma comitiva liderada por Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Bolsonaro causou perplexidade ao repetir a cantilena de que Biden alcançou a presidência dos EUA graças a uma eleição fraudada.

Estava na sala Juan Gonzalez, diretor do Conselho de Segurança Nacional para assuntos relacionados à América Latina, um dos principais auxiliares de Biden desde o governo Obama. Depois do episódio, o Itamaraty acionou diplomatas graduados para que tentassem reabrir o diálogo entre o Planalto e a Casa Branca, mas a missão é considerada “complicada”.

Enquanto não consegue um espaço na agenda de Biden, o presidente brasileiro já tem encontros previstos com Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, e com Charles Michel, presidente do Conselho Europeu.

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