Agência Brasil

Documentos sobre mortes na ditadura são ‘balela’, diz Bolsonaro

30.07.19 11:40

O presidente Jair Bolsonaro (foto) afirmou na manhã desta terça-feira, 29, que não há documentos que provem como morreu o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, durante a ditadura militar. Ontem, o presidente disse que o pai de Felipe, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, foi morto pelos companheiros da Ação Popular, organização clandestina de esquerda. Fernando desapareceu depois de ter sido preso em 1974.

“Nós queremos desvendar crimes. A questão de 1964, não existem documentos (dizendo) se matou, não matou, isso aí é balela”, afirmou o presidente, ao deixar o Palácio da Alvorada. “Você quer documento para isso, meu Deus do céu. Documento é quando você casa, você se divorcia. Eles têm documentos dizendo o contrário?”, declarou aos jornalistas.

Perguntado se a sua versão não contrariava informações levantadas pela Comissão Nacional da Verdade, Bolsonaro alegou que o órgão tinha sete integrantes indicados pela ex-presidente Dilma Rousseff para questionar a sua credibilidade. “Você acredita em Comissão da Verdade? Você acredita no PT?”, questionou.

Bolsonaro afirmou que não pretende “mexer no passado”, ao responder se iria contestar oficialmente os documentos da comissão relativos a crimes cometidos pela ditadura. “Pretendo respeitar a lei da anistia de 1979, é o meu sentimento, tem que ser respeitado. Até que os militares foram além do que o pessoal queria”. A abertura política, afirmou, foi “ampla, geral e irrestrita, por exigência dos militares”.

O presidente ainda tentou estabelecer uma relação entre a morte do jornalista Vladimir Herzog na ditadura e o assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, em 2002, para em seguida reclamar que o homicídio de um jornalista que identificou apenas como Régis, durante o regime militar, não é questionada porque ele foi morto pela esquerda.

Em seguida, Bolsonaro acusou a OAB de tentar impedir que se descubra quem mandou Adélio Bispo tentar matá-lo durante a campanha eleitoral. “A OAB não quer que se chegue aos mandantes da tentativa de homicídio minha. Tanto é que entraram com uma ação e o telefone dos advogados está lacrado. Porque se chegar lá, com certeza vai se chegar aos mandantes. Não é muito estranho, quatro advogados? Um chega de helicóptero em menos de 24 horas”, questionou.

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