Fivulgação/STF

Em relatório, PF cita gabinete do ódio e ação orquestrada de milícias digitais

10.02.22 23:48

Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal no âmbito do inquérito que investiga a atuação de milícias digitais contra a democracia, a Polícia Federal afirma que a estrutura é operada pelo gabinete do ódio, difunde informações falsas e age de forma orquestrada. A investigação aponta que o grupo busca “alcançar objetivos ideológicos, político-partidários e financeiros“.

O relatório parcial, assinado pela delegada Denisse Ribeiro, pontua que o atual estágio da apuração já traz “um conjunto de elementos que indicam um modo de agir bem delineado e coerente”, onde se identifica a “atuação de uma estrutura que opera especialmente por meio de um autodenominado ‘gabinete do ódio’”.

De acordo com a investigação, o grupo cria postagens em redes sociais para atacar pessoas previamente escolhidas, difundindo informações sem compromisso com a verdade por múltiplos canais de comunicação “de maneira rápida, contínua e repetitiva, focada na formação de uma primeira impressão duradoura no receptor, a qual gera familiaridade com a informação e, consequentemente, sua aceitação”.

Para a PF, a milícias atuam em um processo que pode ser resumido em quatro etapas:

  • a escolha da pessoa que será alvo das ações;
  • a preparação e elaboração do conteúdo e a divisão de tarefas entre os envolvidos, além da escolha dos canais que serão usados para divulgação;
  • o ataque em si, que consiste em diversas postagens com conteúdo ofensivo, deturpado e falso;
  • a distribuição das postagens em redes de transmissões, agregadas, em alguns casos, de novos elementos.
No entendimento de Denisse, os ataques analisados em conjunto permitem “identificar a estrutura montada”, com papéis definidos de cada integrante, em uma “ação orquestrada”, que difunde desinformação, criando ou deturpando fatos para “obter vantagens para o próprio grupo ideológico”.

O que difere a conduta das milícias digitais de uma mera manifestação de opinião, escreve a delegada, é o claro propósito de “manipular a audiência distorcendo dados”, levando “o público a erro e induzindo-o a aceitar como verdade” situações que não são reais. Para isso, são usadas contas automatizadas em massa, os robôs, para potencializar o alcance das mensagens.

O relatório relaciona informações contidas no inquérito das fake news e na investigação do vazamento de dados sigilosos pelo presidente Jair Bolsonaro em uma live em agosto de 2021. “Esses eventos possuem correlação e revelam semelhança no modo de agir”, frisa. Para a PF, a preparação e a articulação de notícias falsas também podem ser observadas na divulgação do tratamento precoce contra a Covid-19 com uso hidroxicloroquina e azitromicina e na elaboração de dossiês contra opositores do governo federal.

A PF ainda defendeu junto ao Supremo a necessidade de novas apurações sobre o caso, voltadas a detalhar a individualização de fatos já citados no relatório, com indicação de autores, além da tomada de depoimentos, cruzamentos de dados e indiciamentos. A delegada está se afastando do caso por licença-maternidade. A investigação agora será comandada pelo delegado Fábio Alvarez Shor.

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  1. Cadeia para todos os Bozistas. É o mínimo que se espera da justiça brasileira. Cerca de 636 mil famílias das vítimas do bozismo pedem justiça.

  2. Denisse Ribeiro tem alguma credibilidade? Gabinete do ódio? Noticias falsas? Reportagem e inquérito de bosta. Notícias boas são: Lula foi inocentado, ele é um homem honesto, o supremo age dentro da lei, o presidente é genocida, o Renan o resto da quadrilha foi mais uma vez livrado das acusações. ESQUERDA DE CANALHAS e BANDIDOS. BOLSONARO 22.

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