Alex Silva/Estadão Conteúdo

EXCLUSIVO: Cabral diz que, a pedido de Lula, ajudou Lulinha a obter R$ 30 milhões

11.03.20 10:31

Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro e agora colaborador da Justiça, enviou um termo de autodeclaração à Polícia Federal em Curitiba no qual afirma ter recebido um pedido do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para favorecer uma empresa de seu filho, o empresário Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha, em um contrato milionário com a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro.

O pedido do petista, afirmou Cabral, resultou no repasse de 30 milhões de reais para empresas de Lulinha e de seus sócios. Realizada em 2008, diz o depoimento, a solicitação de ajuda por Lula teria como contrapartida parcerias do governo federal, então chefiado pelo petista, com o estado do Rio.

Como mostrou Crusoé, a PF queria explicações de Cabral no âmbito da Operação Mapa da Mina, que avançou sobre pelo menos 132 milhões de reais repassados por companhias telefônicas às empresas de Lulinha e de seus sócios. Na investigação foram encontrados e-mails que mostravam a relação entre Lulinha, seus sócios e Cabral.

À época em que Cabral ainda estava no executivo fluminense, a Secretaria de Educação do estado contratou uma empresa do grupo Oi para desenvolver um projeto contra a evasão escolar. A subsidiária da empresa de telefonia repassou parte do contrato para a Gol Mobile, uma das empresas ligadas a Lulinha — a firma, com sede no Rio, tinha como controlador o empresário Jonas Suassuna, sócio do filho de Lula e um dos proprietários formais do famoso sítio de Atibaia.

Cabral diz na declaração enviada à PF que logo após o pedido do então presidente, Lulinha e seus sócios Fernando Kalil e Jonas Suassuana foram até o Palácio Guanabara, sede do governo estadual, para uma reunião.

Na conversa com o então governador, eles teriam dito que gostariam de fugir da licitação para fornecimento de serviços de Tecnologia da Informação (TI) por meio da Oi, que já era contratada do governo estadual. Para viabilizar o pagamento, explicou Cabral, foi necessário conversar com os sócios da companhia telefonia em razão do valor expressivo dos repasses.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO