Exclusivo: governo Lula gasta 13 vezes mais em propaganda que Bolsonaro no início de mandato

O governo Lula gastou, entre 1º de janeiro e 16 de abril, R$ 330,9 milhões em publicidade, conforme relatório obtido com exclusividade por Crusoé. O valor se refere a gastos executados em campanhas com a Presidência da República e sete ministérios.

Não estão contabilizados valores com eventuais bônus de volume. Como revelou O Antagonista nesta semana, há quatro anos, o governo Jair Bolsonaro desembolsou R$ 25,4 milhões nos quatro primeiros meses de 2019. Ou seja – o governo Lula gastou cerca de 13 vezes mais que a gestão Jair Bolsonaro em seus respectivos inícios de mandado.

Ao todo, segundo dados da empresa Controle da Concorrência, R$ 85 milhões foram utilizados nas campanhas publicitárias de combate às fake news e de comemoração aos 100 dias de gestão do presidente Lula – o maior em toda a Esplanada. O valor foi gasto com a produção de 10 vídeos, que foram veiculados 227 vezes.

Durante a campanha dos 100 dias, o governo federal bancou até mesmo ações de merchandising com os apresentadores Ratinho e Datena. Detalhe: os dois se aproximaram do bolsonarismo durante a campanha eleitoral.

As campanhas de prevenção em saúde custaram R$ 82,3 milhões. O Ministério da Saúde colocou no ar oito filmes para incentivar a vacinação contra Covid e o uso de preservativos durante o Carnaval. Eles foram exibidos 295 vezes na TV.

O ranking ainda conta com gastos dos ministérios da Educação e da Defesa. No primeiro caso, as campanhas relacionadas ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade Para Todos (Prouni) custaram aos cofres públicos R$ 68, 1 milhões.

Neste caso, cinco vídeos foram produzidos. As emissoras de TV exibiram o conteúdo 379 vezes ao longo da programação.

O Ministério da Defesa gastou R$ 43,9 milhões com peças institucionais, propaganda do Exército e chamamento para alistamento militar obrigatório. Foram três filmes, exibidos 279 vezes.

Dentro dos dados obtidos pela reportagem, há os custos com a publicidade do Bolsa Família. O Ministério do Desenvolvimento Social pagou R$ 37,9 milhões para exibir duas peças sobre o programa assistencial. Foram 105 inserções na TV aberta.

Os ministérios das Mulheres (R$ 6,4 milhões), da Justiça e Segurança Pública (R$ 3,5 milhões) e do Desenvolvimento Regional (3,5 milhões) também tiveram despesas do tipo.