Exclusivo: Pedro Parente é sócio de presidente de banco que recebeu R$ 2 bi da Petrobras
25.05.18 14:32Enquanto o aumento da gasolina engordava seu caixa, a Petrobras antecipou pagamentos de cerca de 2 bilhões de reais ao banco JP Morgan, em empréstimos que venceriam apenas em 2022. Um cruzamento de pessoas jurídicas mostra que, na prática, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, é sócio do presidente da JP Morgan no Brasil, José Berenguer. A proximidade entre Parente e o banqueiro é tão grande que a empresa em que são sócios funciona num apartamento do presidente da Petrobras, em São Paulo.
Tudo começou em agosto do ano passado, quando foi criada a Kenaz Participações, uma firma destinada a investir em outras empresas. José Berenguer entrou na sociedade como pessoa física, com 210 mil reais.
A sócia é a desconhecida Viedma Participações, mais uma empresa também criada para investir em outros negócios, gerando, assim, camadas sobre camadas de pessoas jurídicas até enfim se chegar nos reais donos.
Dessa forma, na prática, Pedro Parente e José Berenguer são sócios. O presidente da estatal, usando a pessoa jurídica da Viedma, e Berenguer, em nome próprio. A sede da empresa é um imóvel residencial de Pedro Parente, em São Paulo, no bairro da Bela Vista.
A proximidade entre os sócios não para aí. José Berenguer assinou uma procuração para que Lúcia Hauptmann tivesse a liberdade de representá-lo na criação de novas empresas, como foi o caso da Kenaz.
O JP Morgan tinha dinheiro a receber apenas em 2022 e levou a maior parte do montante antecipado. Foram transferidos no dia 10 de maio para o banco 600 milhões de dólares, algo como 2 bilhões de reais.
“A Petrobras informa que realizou os seguintes pré-pagamentos de financiamentos: i) US$ 300 milhões, em 26/04/2018, com o Banco Safra, cujo vencimento seria em janeiro de 2023; e ii) US$ 600 milhões, em 10/05/2018, com o Banco JP Morgan, vencendo em setembro de 2022. A Petrobras continuará avaliando novas oportunidades de pré-pagamento, de acordo com a sua estratégia de gerenciamento de passivos, levando em consideração a meta de desalavancagem prevista em seu Plano de Negócios e Gestão 2018-2022.”
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