Adriano Machado/Crusoé

Exclusivo: PM investigado pagou prestação de apartamento de Flávio Bolsonaro, diz MP

18.12.19 16:49

Relatório do Ministério Público do Rio de Janeiro aponta que um cabo da Polícia Militar pagou despesas pessoais da família do senador Flávio Bolsonaro. Dono da empresa de vigilância privada Santa Clara Serviços, o PM Diego Sodré de Castro Ambrósio quitou com recursos próprios um boleto bancário de 16.564,81 reais, emitido em nome de Fernanda Antunes Bolsonaro, mulher do senador.

Ele também efetuou transferências bancárias para outros assessores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e para a conta corrente da loja Kopenhagen, da qual Flávio é sócio.

Durante as investigações do suposto esquema de rachid no gabinete de Flávio, o MP pediu informações à imobiliária Laranjeiras Empreendimentos Imobiliários sobre pagamentos referentes a um apartamento comprado por Flávio Bolsonaro e sua mulher.

Os promotores cruzaram os dados repassados pela imobiliária com extratos bancários encaminhados por bancos. Entre os documentos havia um boleto de 16.546,81 reais, emitido em nome de Fernanda Bolsonaro, que foi pago por Diego Sodré de Castro Ambrósio, mediante transação bancária efetuada por aplicativo de celular e débito em sua própria conta corrente.

À época do pagamento, Diego Sodré era cabo da PM do Rio de Janeiro e, mesmo depois de promovido a sargento, sua remuneração líquida é inferior a um terço do valor pago. O policial militar fundou a empresa Santa Clara Serviços, que foi alvo de investigação da corregedoria interna da PM, depois de reportagens noticiarem assédio a moradores de Copacabana para contratarem serviço de segurança privada para a retirada de moradores de rua.

“O pagamento do título pelo PM se mostra ainda mais suspeito quando a análise dos extratos bancários dos assessores de Flávio Bolsonaro revela que, no mesmo ano de 2016, o cabo Ambrósio efetuou transferências bancárias identificadas a pelo menos dois assessores da Alerj: Fernando Nascimento Pessoa e Marcos de Freitas Domingos”, diz trecho do relatório do MP.

Diego Ambrósio e sua empresa também realizaram, segundo os promotores que apuram o esquema de rachid, transferências e depósitos bancários para a conta corrente da loja de chocolates de Flávio Bolsonaro, entre 2015 e 2018, ou seja, desde o ano em que o parlamentar comprou a franquia.

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