Jefferson Rudy/Agência Senado

Governador do Acre diz que Mandetta o orientou a não seguir Bolsonaro

30.03.20 10:11

O governador do Acre, Gladson Cameli (foto), do PP, contou neste domingo, 29, em reunião com assessores, que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o orientou a não seguir a recomendação do presidente Jair Bolsonaro de reabrir o comércio e as escolas no estado. Cameli afirmou ainda que Mandetta sugeriu que ele chame donos de funerárias para pedir que se preparem para um aumento do número de mortos em razão do novo coronavírus.

“Na sexta-feira (27), peguei o telefone e pedi uma audiência com ele (Jair Bolsonaro). Ia sair de Rio Branco, chegar e dizer: ‘Então, presidente, eu vou seguir a sua orientação. Se é para abrir, então vamos abrir, mas está aqui: eu não tenho condições de arcar com as consequências’. Eu ia, porque o que que eu vou fazer? Estou indo seguindo uma lógica. Aí eu liguei para o ministro da Saúde. Ele disse: ‘não faça isso'”, afirmou o governador na reunião.

“E eu quero compartilhar com vocês: se fizeram uma opção pela parte econômica, eu fiz opção por salvar vidas. Se eu estou certo ou estou errado, o tempo vai dizer. O que eu não quero é a consciência de que eu não fiz o meu papel, o meu dever”, justificou Cameli na reunião, que foi gravada por um dos participantes. A gravação foi divulgada nesta segunda-feira, 30, pelo jornalista Altino Machado, que disse ter recebido autorização de Cameli para publicá-la.

O governador do Acre pediu a seus assessores para esquecerem questões políticas neste momento, porque a população está assustada com o aumento do número de mortes pela Covid-19. “O ministro me disse: chame os donos de funerária. Mande eles se prepararem. Se o ministro me disse isso, eu vou fazer o quê? Eu vou dizer que o negócio é simples? Eu vou ser irresponsável? Não vou. Ele não é doido”, afirmou.

Ouça:

A Crusoé, Cameli confirmou a autenticidade do áudio.

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