Diogo Moreira/A2 Fotografia

Herança da Lava Jato, inquéritos sobre corrupção no metrô paulista avançam na PF

11.04.22 08:21

A Lava Jato foi sepultada já faz um tempo, mas o espólio da extinta força-tarefa de São Paulo segue em curso na Polícia Federal e assombra políticos paulistas. Na lista de investigações com origem na operação há, por exemplo, quatro inquéritos envolvendo suspeitas de corrupção em obras de cinco linhas do metrô nos governos do PSDB. Todos correm sob sigilo.

Os casos envolvem as delações premiadas de Sergio Corrêa Brasil, ex-diretor da estatal que controla o metrô, e de Anuar Caram, executivo da empreiteira Andrade Gutierrez. O material foi considerado tão promissor para a obtenção de provas contra corruptos que os procuradores do Ministério Público Federal encaminharam todo o acervo para a PF pouco antes do desmonte da força-tarefa, em setembro de 2020.

O receio era de que, se ficasse no MPF, sob a avaliação da única procuradora que herdou os casos oriundos da Lava Jato, os procedimentos fossem arquivados. Até um ano atrás, 26 investigações já tinham sido enviadas para a gaveta. A estratégia deu certo. Crusoé apurou que todos os inquéritos estão em andamento na Polícia Federal, o que preocupa atuais e ex-integrantes do PSDB, partido que comanda o estado há mais de duas décadas. Um dos que têm motivos para temer o avanço das apurações é o ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou a legenda recentemente para se filiar ao PSB e ser vice na chapa presidencial de Lula.

As suspeitas envolvem obras das linhas 2, 4, 5, 15 e 17 do metrô paulista. O esquema investigado segue o padrão descoberto pela Lava Jato. As empreiteiras montaram um cartel e subornaram agentes públicos e políticos pagando propina e caixa 2 de campanha para superfaturar contratos.

Entre os citados na delação está o atual governador, Rodrigo Garcia, candidato à reeleição. Ele foi acusado por Sérgio Brasil de implantar um “esquema de contribuições político-partidárias” dentro da estatal, com o objetivo de comprar apoio na Assembleia Legislativa no período em que foi deputado estadual. O delator disse que o governador foi seu “padrinho político” na estatal. Ele ainda afirmou ter feito entre 15 e 20 entregas de até 100 mil reais em dinheiro para Garcia, que nega todas as acusações.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Desafortunadamente, Gilmar Mendes não deixará prosperar. Com esse protetor supremo de corruptos, sobretudo quando é do partido de seu padrinho FHC, criminosos não precisam se preocupar. A que ponto o Brasil chegou!

  2. Ah! Entendi! Isso explica o fato de Geraldo Alckmim ter aceito ser vice de Lula para manter o Foro Privilegiado. Bobagem se preocupar com isso Geraldo, afinal ñ falta tinta na caneta do Min. Gilmar Mendes.

  3. Processos andarão lentamente até outubro e após as eleições serão esquecidos, vença Lula ou Bolsonaro. Agora, a notícia de que andam, tem caráter exclusivamente eleitoral.

  4. A perpetuação desse establishment no poder precisa ser combatida pela conscientização da sociedade de que a troca dos elementos políticos não se faz pelo revezamento entre os mesmos, mas de cabeças novas, com ideias novas. A volta ao poder de políticos em que paire a mínima dúvida quanto ao seu caráter é a centro dessa redundância maléfica para uma sociedade justa e igualitária. Conforme o pensamento do imperador romano Júlio César, “a mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”

Mais notícias
Assine agora
TOPO