José Antonio Teixeira/Alesp

Inquérito contra Ciro Nogueira no STF pode causar dano à campanha de Haddad em SP

16.04.22 15:01

Embora tenha como alvo principal o chefe da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, o inquérito no qual a Polícia Federal acusa o ministro Ciro Nogueira de receber propina da J&F pode causar embaraços para a campanha do petista Fernando Haddad ao governo de São Paulo.

É que no mesmo relatório no qual concluiu que o cacique do Centrão recebeu pagamentos ilícitos da holding controlada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, entre 2014 e 2017, a PF também enquadrou o atual prefeito de Araraquara, Edinho Silva (foto), do PT, pelo crime de oferecer ou prometer vantagem indevida à agente público.

Ex-ministro da Secretaria de Comunicação, Edinho foi tesoureiro da campanha da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2014, e acabou de ser escolhido pelo PT para coordenar o programa de governo de Haddad.

Segundo a PF, foi a pedido de Edinho Silva que Joesley Batista fez repasses por meio de doações oficiais e também de forma ilícita ao Progressistas e a Ciro Nogueira, com o objetivo de “comprar” o apoio do partido do então senador à reeleição de Dilma em 2014.

Os valores, segundo o empresário afirmou em sua delação, saíram de uma conta de propina mantida pelo PT com a J&F que era abastecida com recursos desviados do BNDES. Ainda de acordo com Joesley, o nome de Edinho foi indicado pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar sobre financiamento de campanha.

Em nota, Edinho Silva classificou a conclusão da PF como “ilações” baseadas apenas na palavra de delatores, “mostrando-se frágeis para o oferecimento de uma denúncia criminal”. Segundo o petista, as doações da campanha de Dilma em 2014 foram feitas “dentro da legalidade” e a função que assumiu na campanha de Haddad “está lastreada em sua história partidária e no seu papel de gestor público”. O ministro Ciro Nogueira também nega as acusações.

O inquérito foi relatado pelo delegado Rodrigo Borges Correia no último dia 8 e enviado para o gabinete de Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. A ministra já solicitou manifestação da Procuradoria-Geral da República. Cabe à PGR decidir se arquiva o caso ou se oferece denúncia, o que, às vésperas da corrida eleitoral, terá o potencial de desgastar a campanha de Fernando Haddad, atual líder nas pesquisas de intenções de voto.

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  1. Tudo que diz respeito a lava jato sepultada pelo stf não vai a lugar nenhum. Não se surpreendam se os delatores forem condenados e ainda terem que devolver dinheiro. Aqui reina a impunidade, bandido é ovacionado e mocinho é vaiado.

  2. Gilmar Mendes , Lewandowski e Toffoli asseguram a inocência de Edinho Silva. Lula comprou o Gilmar que é o decano desta pocilga

  3. Mas o acordão "com STF com tudo" proposto por Jucá, podera livrar a todos, na linha do que vem acontecendo com todos os "perseguidos pela republica de Curitiba"!

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