Divulgação

‘Isso já cansou minha família’, diz irmã de Adriano da Nóbrega sobre áudios

06.04.22 16:52

Tatiana Magalhães da Nóbrega, irmã do ex-capitão da Polícia Militar do Rio de Janeiro Adriano da Nóbrega (foto), morto em fevereiro de 2020 durante uma ação policial na Bahia, negou a Crusoé que saiba do suposto interesse do Palácio do Planalto na morte do irmão. Ela também disse desconhecer que sua irmã, Daniela Magalhães da Nóbrega, tenha conhecimento do assunto.

Em escutas telefônicas feitas pela Polícia Civil do Rio dois dias após a morte de Adriano e reveladas em reportagem publicada nesta quarta-feira pela Folha de S. Paulo, Daniela da Nóbrega diz que o Planalto teria oferecido cargos comissionados em troca da morte do ex-policial. Adriano, que estava foragido, era próximo ao clã Bolsonaro. A mãe e a mulher dele chegaram a ser nomeadas no gabinete do filho 01 do presidente, Flávio Bolsonaro, enquanto o senador era deputado estadual.

No áudio publicado pelo jornal, Daniela da Nóbrega disse a uma tia que o irmão soube de uma reunião envolvendo seu nome no Planalto e do desejo de que se tornasse um “arquivo morto”. “Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era um arquivo morto. Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso, já. Foi um complô mesmo“, afirmou Daniela, na gravação autorizada pela Justiça.

Nesta quarta-feira, Tatiana, a outra irmã de Adriano, tirou por menos o conteúdo da gravação. “Não sei de nada disso, não. Não sei de nada disso. Sai no jornal e a gente não sabe de nada, entendeu? Eu não tô sabendo disso, não. Que eu saiba, ele (Adriano) não conhecia o presidente, não. Conheceu porque ganhou uma medalha lá deles, mas não tinha essa amizade com ele (Bolsonaro) não, não tinha amizade com ele não. Olha, se conhecia não se falava sobre isso na minha casa, não, entendeu?”, disse Tatiana da Nóbrega a Crusoé“A gente fala uma coisa, as pessoas falam outra, entendeu? Então não sei o que querem dizer, não. Eu sei que acho difícil ela (Daniela) ter falado isso, entendeu? Porque a gente não sabe nem disso, como é que ela falou isso?”, prosseguiu.

Assim como Daniela, Tatiana também aparece nos áudios gravados pela polícia dizendo para a mesma tia que “Daniela sabe de muita coisa”. Em outro trecho,  ela faz elogios a Jair Bolsonaro.

Confrontada com o fato de que as conversas foram gravadas pela polícia, Tatiana respondeu: “Tá, mas alguém falando sobre isso? Não, né? Porque eu não sei de nada disso (do suposto interesse do Planalto na morte do irmão). Ela acrescentou: “Olha só, já cansou minha família isso. Toda hora sai uma coisa diferente, entendeu? Não quero nem falar sobre isso”.

Antes da operação que resultou em sua morte, Adriano da Nóbrega estava foragido havia mais de um ano e seu nome integrava a lista vermelha de procurados da Interpol. Além de ser apontado como chefe da milícia de Rio das Pedras, o ex-capitão do Bope era suspeito de integrar um grupo de assassinos de aluguel e teve seu nome envolvido nas investigações sobre as rachadinhas no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. É o Regime CLEPTOCRÁTICO exercendo seu poder de DESGOVERNAR o país, de mãos dadas com STF, MPF, PF, TCU, PGR, Tofolli, Gilmar, Lewan, Aras, Mendonça, Kassio, Aécio, Lula, Jair, Alckmin... et caterva!

  2. Uma vez queimado, o arquivo vira cinzas e não interessa a mais ninguém. A essa altura, reconstruir a materialidade dos fatos e extrair evidências a partir de áudios tardios passa a ser uma tarefa metafísica. “Só Jesus na causa”, como diriam os terrivelmente religiosos.

  3. Que foi queima de arquivo, não tenho a menor dúvida. Agora, que essa moça deu belos chutes, aí deu. Aquela conversa de sobrinha papuda, falando pra tia… sei lá! Tenho dúvidas, não sobre a queima e o grupo interessado, mas sobre o que ela fala. Supondo, como todos nós aqui!

    1. Não deixa de ser meio insólito a revista sair perguntando sobre pessoas próximas de um "arquivo morto". É óbvio que ninguém vai falar nada pra não ser o próximo...

Mais notícias
Assine agora
TOPO