Lula afaga Alckmin: ‘Não há nada que aconteceu que não possa ser reconciliado’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (foto) fez afagos a Geraldo Alckmin ao dizer que as divergências políticas entre os dois podem ser superadas. A declaração ocorreu em meio à discussão sobre a possível construção de uma chapa do petista com o ex-governador de São Paulo para as eleições de 2022.

A eventual aliança depende, sobretudo, da migração de Alckmin do PSDB para o PSB. O tucano pretende decidir seu futuro político após 21 de novembro, quando o atual partido realizará as prévias, escolhendo seu candidato à presidência da República — os principais nomes na disputa são João Doria e Eduardo Leite.

Lula falou à imprensa em uma coletiva, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica. Ao microfone, o petista declarou ter uma “extraordinária relação de respeito” com o ex-governador. “Nós conversamos muito. Não há nada que aconteceu entre eu e o Alckmin que não possa ser reconciliado“, pontuou.

O ex-presidente ainda comparou as antigas desavenças com Alckmin a “botinadas” em jogos de futebol. “Você dá uma botinada no cara, o cara cai chorando de dor, mas, depois que termina o jogo, eles se encontram, se abraçam e vão tomar uma cerveja, vão discutir o próximo jogo“, disse. “A política é assim. Quando não há ofensa moral, quando não há ofensa pessoal… Acho que, nas divergências políticas, todo mundo joga bruto porque todo mundo quer ganhar”, completou.

Apesar dos afagos e das costuras nos bastidores, Lula repetiu o discurso público de que ainda não negocia a escolha do número dois da chapa presidencial. “Eu não estou discutindo vice ainda porque não discuti minha candidatura. Quando eu decidir ser candidato, aí sim vou sair a campo para procurar alguém para ser vice”.