Maduro promove general torturador acusado pela ONU

O ditador venezuelano Nicolás Maduro promoveu na quarta, 5, o general Rafael Franco Quintero (foto), um dos homens mais sádicos e temidos do regime.

Quintero atua na Direção Geral de Contrainteligência Militar, a DGCIM, desde 2013. Desde que entrou nessa instituição, ele elevou o nível da crueldade das torturas contra dissidentes do regime. A partir de 2017, Quintero instituiu a “tortura obrigatória” para todos os presos no DGCIM. Até então, esses métodos só eram aplicados com o objetivo de tirar informações de alguns presos políticos. Seu escritório ficava no porão, onde podia acompanhar de perto as torturas.

Um ex-preso afirmou que, enquanto era torturado com golpes e asfixiado com uma sacola de plástico, Quintero ria e gravava a cena com um celular.

De acordo com um relatório da ONU, que enviou missões para avaliar a situação dos direitos humanos no país, Quintero também praticou violência sexual contra os prisioneiros, às vezes participando diretamente dos atos.

Um dos relatórios das ONU sobre direitos humanos na Venezuela traz o seguinte trecho:

“Em agosto de 2018, dois detentos testemunharam por uma fresta da porta da cela como Franco Quintero participou do espancamento de outro detento. Quatro agentes da DGCIM, entre eles Franco Quintero, colocaram o detido numa cadeira em um banheiro e bateram-lhe com força na cabeça. Como o detido tentou usar os braços para se proteger dos golpes, as algemas causaram-lhe graves lesões no rosto. Depois que o detido começou a sangrar profusamente, os policiais começaram a suturar os ferimentos em sua cabeça e bochecha, fazendo com que o detento gritasse de dor. No dia seguinte, um grupo de detentos recebeu a ordem de limpar o banheiro de um dos agentes envolvidos no espancamento, que disse que ‘teve uma festa ontem à noite’“, documentou a ONU.

Há ainda denúncias de que Quintero roubava bens das suas vítimas, o que ele considerava como “butim de guerra“.

Em declarações recentes, o presidente Lula disse que Maduro é vítima de preconceito, que se criou uma narrativa contra a Venezuela e que o problema do país é com “o povo” da Venezuela. Seriam os relatos de tortura, documentados pela ONU, também parte dessa tal narrativa?