Reprodução/redes sociaisMaduro: incidentes recentes em território brasileiro não tiveram resposta de Brasília

Maduro quer usar eleição para legitimar ditadura

16.06.20 08:57

Os deputados venezuelanos que fazem oposição à ditadura de Nicolás Maduro (foto) anunciaram neste domingo, 14, que não participarão das eleições legislativas marcadas para dezembro. A Assembleia Nacional, de maioria opositora, deveria eleger os ministros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o órgão responsável por conduzir as eleições. Como os deputados não se resolviam, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), obediente a Maduro, tomou a dianteira e renovou todos os membros do CNE.

Mas tanto o TSJ como o CNE têm entre seus ministros pessoas que fazem parte do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), criado pelo falecido Hugo Chávez, e de outras siglas. A escolha de pessoas que pertencem a partidos políticos é vetada pela Constituição do país. “Além de não caber ao TSJ essa decisão, a nomeação de membros de partidos políticos deixa claro que será impossível ter uma eleição livre com Maduro no poder”, diz Teresa Albanes, coordenadora do Conselho Consultivo da organização Soy Venezuela, que congrega diversos movimentos para buscar uma saída democrática.

Para uma eleição limpa, seria preciso atualizar o cadastro eleitoral. Milhões de venezuelanos jovens não estão inscritos ou foram para o exterior e gostariam de votar. Também seria preciso permitir que todos os partidos de oposição possam participar. “Há uma crença difundida no exterior de que todos os problemas da Venezuela poderão ser resolvidos com eleições, mas não existe nenhuma perspectiva de que elas possam acontecer de maneira livre com Maduro comandando a ditadura”, diz Teresa.

Mais notícias
Assine agora
TOPO