Adriano Machado/Crusoé

Mendonça critica ‘criminalização da política’: ‘Generalizações são péssimas’

01.12.21 12:46

André Mendonça (foto) adotou tom antagônico ao que lhe rendeu a fama de “lavajatista” e alinhou o discurso aos interesses da classe política durante a sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, nesta quarta-feira, 1º.

Candidato à sucessão de Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal, ele afirmou aos senadores quenão se pode criminalizar a política e avaliou que “as generalizações são péssimas“. “Todos somos contra a corrupção, sabedores de que não se pode criminalizar a política“, comentou.

Mendonça disse concordar com um professor da Universidade de Salamanca, na Espanha, onde ele cursou Direito, quanto ao fato de que não se constrói uma democracia sem política, políticos e partidos políticos“.

Além disso, o ex-advogado-geral da União defendeu que o Supremo não revisite a discussão sobre a execução da prisão após a condenação de réus em segunda instância antes que deputados e senadores votem a proposta de Emenda à Constituição em trâmite no Congresso que trata do tema.

Esse assunto, se voltar ao STF, sem uma alteração trazida inovadora, concreta, por parte do Congresso, não terá da minha parte consonância dentro desse contexto. Não podemos ter decisão hora de um jeito, hora de outro. Precisamos dar estabilidade as relações institucionais, políticas“, disse.

Em tom garantista, similar ao dos ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Kassio Marques, Mendonça afirmou que a delação premiada, que teve destaque na Operação Lava Jato, “não é elemento de prova.

Eu não posso basear uma convicção em uma delação. Delação não é acusação. Dito isso entendo que o combate á corrupção tem que ser feito respeitando direitos e garantias individuais. Os fins não justificam os meios“, completou.

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