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O cálculo de Putin com a ameaça de invasão à Ucrânia

11.12.21 18:21

Agências de inteligência estimam que mais de 90 mil soldados russos foram deslocados para perto da fronteira com a Ucrânia. Uma invasão poderia ocorrer no início do ano que vem. Mas há dúvidas sobre as intenções do presidente da Rússia, Vladimir Putin (foto). Embora existam motivos para iniciar uma manobra militar, uma ação dessa natureza também traria riscos elevados para o presidente.

Putin tem reiterado que não quer que a Ucrânia se torne parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan. Esse bloco militar, criado para conter a extinta União Soviética, é visto por Moscou como um grande inimigo. Nos últimos anos, diversos países que estavam na esfera de influência russa ingressaram na Otan, como Polônia, Hungria e Bulgária.

Há um temor entre os russos de que mísseis e outras armas sejam posicionados muito perto de sua fronteira. Se algo do tipo acontecer, podemos ter uma repetição da Crise dos Mísseis de 1962, quando o líder soviético Nikita Kruschev enviou armas nucleares para Cuba e quase deflagrou uma terceira guerra mundial‘, diz o sociólogo ucraniano Volodymyr Ishchenko, pesquisador do Instituto de Estudos Eslavos na Universidade Técnica de Dresden, na Alemanha.

A possibilidade existe. Em 2019, o ex-presidente da Ucrânia Petro Proshenko assinou uma emenda constitucional para permitir que o país se torne membro da Otan. Em fevereiro deste ano, o atual ocupante do cargo, Vladimir Zelensky, perguntou para o presidente americano Joe Biden por que a Ucrânia ainda não fazia parte da Otan.

Por outro lado, a adesão à Otan não tem apoio majoritário entre a população ucraniana. Cerca de 40% dos ucranianos querem a entrada no bloco militar, mas 45% preferem que o país permaneça neutro.

Putin também precisa pesar as consequências que uma invasão teria em sua popularidade e em seu governo. Ações desse tipo geralmente criam o efeito “rally round the flag“, em que a população entra em uma onda de nacionalismo e apoia o seu governante. Em 2014, quando Putin invadiu a península da Crimeia, na Ucrânia, sua aprovação subiu de 64% para 84%.

Mas esse efeito é temporário. À medida que aumentam as baixas no campo de batalha, o apoio diminui. Para o sociólogo, conquistar a Ucrânia seria muito mais difícil do que invadir a península da Crimeia. “Há 200 mil soldados ucranianos. Como quem invade um país precisa ter um número ainda maior de militares, a Rússia estaria em desvantagem. Além do mais, a Ucrânia tem um território muito grande e é muito provável que os nacionalistas pegariam em armas contra a ocupação“, diz Ishchenko.

Mesmo com uma vitória no campo de batalha, os russos ainda teriam que lidar com a política ucraniana. “Uma invasão poderia retirar o apoio dos ucranianos que hoje são leais à Rússia. O novo governo em Kiev também seria muito instável e duraria pouco, o que geraria riscos para o regime de Putin“, diz Ishchenko.

Para a Rússia, seria proveitoso manter a situação como está, prolongando a ameaça na fronteira. Dessa forma, Putin não corre riscos maiores e evita uma aproximação da Ucrânia com a Otan. “A única preocupação é se as potências ocidentais enviarem um número considerável de armas e soldados para lutar nas regiões separatistas da Ucrânia contra militares russos. Nesse caso, com certeza, a Rússia acabaria reagindo com uma invasão“, diz Ishchenko.

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  1. Pro Putin é muito mais interessante seguir apoiando o movimento separatista do leste e sul da Ucrânia do que partir para uma invasão sem sentido.

  2. Ter o maior arsenal ou não é irrelevante, quando vários países têm capacidade para destruir o planeta, e basta uma vez. Não se pode é ficar brincando de riscar fósforos.

  3. Na verdade o povo russo não vive sem Puchin, homem forte, punho de ferro, liderando um país recém saído do comunismo desde os anos 2000, já transformou a Rússia num grande país capitalista e respeitado no mundo inteiro, estilo Bolsonaro, com a vantagem de que lá não tem uma suprema corte para querer governar..

  4. para ser um novo Stalin só falta o Putin recriar os gulags da Sibéria . são os ucranianos que tem todo direito de decidir sobre seu país.

  5. 🌞🇧🇷 🇧🇷 🇧🇷 🇧🇷🌞 PRESIDENTE DR. SÉRGIO FERNANDO MORO e o SEU TIME DOS NOSSOS SONHOS EM 2022, SEM A MENOR DÚVIDA DE QUE É EXATAMENTE O QUE ACONTECERÁ!🌞🇧🇷 🇧🇷 🇧🇷 🇧🇷🌞

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  7. ATENÇÃO TODOS OS ANTAS y sus MUARES 'encantados'! __ URGENTE! __ Num determinado shopping da zona sul da cidade do RJ, numa sessão de autógrafos alusivos ao lançamento de um livro, um determinado Iscariotes que queria ser presidente, teve que se evadir rapidinho pelos fundos (como sempre) ao som de 'traidor', 'judas' and 'Iscariotes, ... kkk!, ... ele pensou que era o MITO, aquele que anda no meio do povo, ... Queria estar lá nesse evento impagável. __ kkk!

  8. Odete, estude, informe-se, Putin não quer esse abacaxi corrupto que é a Ucrânia, se quisesse já tinha anexado o Dombass junto com. Crimeia.

  9. Eu me divirto com a visão extremamente curta e limitada dos MUARES, no caso ODETE6, que não tem um mínimo de conhecimento da realidade. Só vou dar uma cola: Se a Rússia resolver anexar a Ucrânia ao seu território, ela assim o fará, porque ninguém irá peitar uma nação que tem o maior arsenal Termo-Nuclear do mundo, onde uma bomba de Hidrogênio é milhares de vezes mais potente que uma bomba atômica, arsenal termo-nuclear com a capacidade de destruir o planeta várias vezes. Alguém vai encarar?

  10. ... Nós, do Bananão, temos os nossos delinquentes de estimação. Desviam recursos da Saúde, Educação, Segurança etc. ... Não precisamos nos preocupar com geopolítica.

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