O desconforto de aliados após o encontro de Gleisi com banqueiros

O encontro de Gleisi Hofmann, presidente do PT, com banqueiros e empresários da Faria Lima, em São Paulo, gerou desconforto entre aliados de Lula. Na visão de deputados simpáticos ao ex-presidente, o pré-candidato ao Planalto deveria escalar alguém de fora do PT para a missão de quebrar a resistência do mercado financeiro. Uma das críticas dirigidas a Gleisi é a de que a dirigente é “estreita”. Os adversários internos da petista também dizem que ela é vista com muita desconfiança pelo setor.

Ex-ministro da Casa Civil de Lula, o notório José Dirceu foi um dos petistas que ouviram críticas sobre o protagonismo de Gleisi na reunião. Quem conversou com Dirceu garante que o ex-ministro concordou com as observações. Procurado por Crusoé, ele não se manifestou.

Nos últimos dias, Dirceu entrou em uma espécie de “guerra fria” com Gleisi Hoffmann. O ex-todo-poderoso do governo Lula sabe que a proximidade com o ex-presidente geraria desgaste na campanha eleitoral e, por isso, mantém  um distanciamento estratégico. Ainda assim, trava uma disputa com Gleisi  por espaço e influência junto a segmentos do PT.

Nesta sexta-feira, 8, Dirceu foi um dos convidados mais aguardados do aniversário, celebrado no Rio de Janeiro, do ex-deputado federal Wadih Damous, também filiado ao PT.

Condenado por participação nos escândalos do mensalão e do petrolão, Dirceu deixou a cadeia em novembro de 2019, beneficiado pela decisão do Supremo Tribunal Federal que considerou ilegal a permanência na prisão de condenados em segunda instância.