Adriano Machado/Crusoé

O que os partidos do ‘tripé bolsonarista’ pensam sobre a filiação de Braga Netto

20.03.22 18:31

Integrantes do tripé partidário que hoje dá sustentação ao Planalto — Progressistas, Republicanos e PL — evitam cravar a futura legenda de Walter Braga Netto (foto), principal cotado para o posto de vice da chapa presidencial.

A principal razão é que, embora o prazo final para a definição da sigla esteja próximo — a janela se encerra em 1° de abril –, ainda não há consenso nesses três partidos sobre a filiação do ministro da Defesa. 

Pelas negociações iniciais, em tese, a vaga de vice seria do Progressistas, de Ciro Nogueira. Mas o partido resiste a receber o general de quatro estrelas por entender que, se o fizer, vai servir apenas de “barriga de aluguel”, já que Braga Netto não tem identidade com a legenda. 

O Progressistas ainda insiste para que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que se filiará ao partido na próxima semana, ocupe a vaga de vice na chapa à reeleição em razão de sua excelente relação com o agronegócio.

Na avaliação de lideranças do PP com trânsito no Planalto, seria uma deferência ao setor, que deve contribuir em peso para o financiamento da campanha de Bolsonaro. Os mesmos líderes, porém, admitem que, por ora, o presidente está convencido de que Braga Netto é o melhor nome para a vice. 

Já o Republicanos é visto como um partido fora do páreo para abrigar o militar. Isso porque a sigla está inclinada a adotar posição de neutralidade na disputa presidencial — a ideia é liberar os palanques estaduais para privilegiar a eleição de uma robusta bancada para a Câmara e o Senado.

Além disso, Jair Bolsonaro está longe de ser uma unanimidade na sigla. Embora o presidente tenha apoio da maioria dos republicanos do Sudeste, no Nordeste a preferência é por Lula. No Rio Grande do Sul, há quem torça pela entrada de Eduardo Leite na disputa — o tucano ainda não sabe se permanece no PSDB ou assina a ficha de filiação ao PSD, de Gilberto Kassab. 

O PL, partido de Jair Bolsonaro, não teria problema em receber Braga Netto. Por lá, no entanto, a avaliação é de que uma chapa puro-sangue, ou seja, formada por dois integrantes da mesma legenda, não seria a mais inteligente. O risco seria o de agregar menos votos. “Você tem que prestigiar os demais partidos da coligação”, avaliou o deputado Capitão Augusto, integrante da Executiva do PL.

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