Os prós e contras avaliados por PT e PSB para criar uma federação partidária

Dirigentes do PT e do PSB discutem os últimos detalhes para a criação de uma federação partidária, que pode incluir também o PCdoB. Se a negociação der certo, a união só deve ser formalizada oficialmente em março, mas importantes lideranças das duas siglas estão otimistas quanto à junção temporária das legendas. Pelas regras aprovadas pelo Congresso, os partidos que se juntarem em federações devem permanecer unidos por pelo menos quatro anos.

Lideranças dos três partidos estão convencidas de que a criação de uma federação tem potencial para aumentar as bancadas de todas as legendas, mas fazem outros cálculos políticos para definir sobre a união.

No PSB, os maiores focos de resistência estão no Espírito Santo, no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Entre os temores do PSB está a forte rejeição ao PT em alguns estados. Já petistas de correntes mais à esquerda do partido veem o PSB como uma legenda muito mais à direita que o PT. Mas as rejeições, avaliam caciques das duas agremiações, são minoritárias.

Em São Paulo, a exigência do PSB para a formação da federação passa pelo apoio do PT à candidatura de Márcio França — algo que importantes dirigentes petistas tratam como impossível. Sem isso, a união partidária não sairá do papel. Há outros detalhes importantes a serem acertados, como a possível filiação do ex-governador paulista Geraldo Alckmin ao PSB para ser vice de Lula.

“Além dos palanques estaduais, a definição sobre a criação de uma federação passa pela escolha do vice e pela divisão dos recursos para campanha e do tempo de televisão”, diz um dirigente do PSB. As executivas dos partidos devem se reunir até janeiro para deliberar oficialmente sobre o tema.