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Os riscos do populismo da semana de quatro dias em Portugal

05.06.23 11:12

Portugal deu início nesta segunda (5) ao projeto-piloto da semana de trabalho de quatro dias. Trata-se de uma experiência de diminuição do número de horas trabalhadas sem redução de salário que será analisada até o final de novembro. A iniciativa do governo abrange cerca de 40 empresas privadas e mil trabalhadores. A maior parte delas é ligada à informática e consultoria. As outras são dos setores da indústria e comércio, construção, saúde, apoio social e educação.

As empresas que aderirem ao projeto voluntariamente e de forma reversível terão seus desempenhos analisados. Índices de produtividade, custos, saúde e bem-estar dos trabalhadores serão analisados para detectar mudanças antes, durante e depois da experiência. A medida foi implementada após pesquisas corporativas indicarem que os trabalhadores das empresas em Portugal estão estressados. O apoio financeiro do governo para despesas e encargos será de € 350 mil (o que equivale a cerca de R$ 1,8 milhão). O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) ficará encarregado dessa tarefa.

A medida, no entanto, não foi bem recebida por grande dos empresários do país europeu, que vive um momento delicado na economia. Uma pesquisa da Associação Empresarial de Portugal (AEP) divulgada em novembro aponta que 71% de seus membros consideram o impacto da medida nas empresas “negativo ou muito negativo” para os lucros, 70% para a organização dos processos internos das empresas, 69% alertam para os efeitos na competitividade e 65% para a queda da produtividade.

Reduzir a jornada semanal obviamente é uma medida apoiada pelos funcionários e que pode aumentar a aprovação do governo, mas o risco é grande, uma vez que empresas grandes preferem lugares onde as pessoas são mais produtivas para instalar seus escritórios e fábricas. Assim, na tentativa de ganhar apoio interno, o governo português pode arriscar a existência de postos de trabalho, os quais podem ir para outros países. Para empresas menores, o custo de reduzir a carga de trabalho sem redução do salário pode ser simplesmente insustentável, mesmo recebendo uma ajuda do governo.

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  1. Não faço ideia do impacto da semana de 4 dias de trabalho nas contas de uma empresa, mas o patronato português eu conheço bem: caracteriza-se pela mesquinhez e mentalidade retrógrada, pelo que não é de surpreender o rechaço total à medida.

    1. Ou terão férias prêmio anualmente 👏👏👏🤣🤣🤣🤣

  2. AQUI NO BRASIL JÁ FUNCIONA PARA OS 🐀🐀DO CONGRESSO ,regiamente pagos com 💰💰que não vai para educação ,saúde e infraestrutura

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