Petistas dizem temer por segurança de Lula no Sul, reduto de Bolsonaro

Cumprindo agenda de viagens no Brasil e no exterior, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não agendou encontros políticos nos três estados do Sul. Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina deram vitória expressiva a Jair Bolsonaro em 2018 e ainda são redutos importantes do bolsonarismo.

Internamente, lideranças do PT gaúcho veem com reservas agendas públicas do presidenciável nesses estados. A preocupação é com a segurança do petista, tendo em vista o histórico das últimas visitas.

Em março de 2018, dois ônibus da caravana do ex-presidente no Paraná foram atingidos por tiros. Lula estava em outro veículo e não se feriu. Na mesma época, manifestantes bloquearam a chegada da comitiva petista em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, colocando fogo em pneus. O protesto fez Lula recuar e cancelar um compromisso no RS naquela ocasião.

De volta ao páreo eleitoral, Lula. que retornou de recente roteiro pela Europa, já visitou Nordeste e tem viagem programada ao Norte para o começo de 2022. Essa última só não ocorreu neste ano devido ao roteiro europeu feito em novembro, que incluiu Alemanha, Bélgica, França e Espanha. Segundo o deputado Paulo Pimenta, presidente da sigla no RS, Lula deve ir ao México e à Argentina ainda em dezembro.

Líder do PT na Câmara, o deputado Bohn Gass afirma que a preocupação do partido com a integridade de Lula não é restrita ao Sul, se estende a todo país, embora esteja concentrada em pontos específicos: “É geral, mas aumentada em alguns lugares. Lula vai fazer roteiros em todo país. A preocupação se acentuou com a experiência vinda do RS da última vez que esteve lá. No Paraná houve perseguição. Ações estúpidas”.

Dois dos três presidentes dos diretórios do Sul confirmam que não há previsão de compromissos de Lula na região. “O receio pela segurança do Lula é em todo lugar. Tem uma equipe que atua e o acompanha, que faz estratégia de segurança. E temos uma equipe nossa que também cuida disso”, diz o deputado estadual Arilson Maroldi Chiorato, presidente do PT paranaense.