PF investiga negócio de empreiteiro com líder do governo em paraíso fiscal

29.01.20 16:24

A Polícia Federal encontrou uma série de mensagens em endereços do senador Fernando Bezerra Coelho (foto), líder do governo de Jair Bolsonaro no Senado, que demonstram uma possível sociedade entre ele e um empreiteiro numa empresa com sede em Delaware, estado americano conhecido como paraíso fiscal.

O material foi encontrado durante a Operação Desintegração, deflagrada em setembro de 2019 para investigar o suposto pagamento de propina de 5,5 milhões de reais de empreiteiras para o senador, à época ministro da Integração Nacional no governo de Dilma Rousseff. Os repasses teriam relação com as obras do Canal do Sertão e Transposição do Rio São Francisco.

Segundo a PF, os documentos demonstram que Marcos Borin, da empresa Constremaq,  repassou os direitos da Qumir USA LLC, sediada em Delaware, para familiares de Bezerra. Borin é um dos empresários que, segundo o delator João Carlos Lyra, pagou propina para Bezerra em troca de benefícios no ministério da Integração.

Não foi possível ainda identificar, diz a PF, se essa “renúncia de direitos” gerou ganhos financeiros para Bezerra. “No entanto é importante registrar que a empresa Qumir USA LLC está registrada no Estado de Delaware, nos Estados Unidos, localidade conhecida pelo aumento exponencial na instalação de empresas de fachada, ou seja, tal Estado seria uma espécie de paraíso fiscal dentro do território americano”, diz trecho do relatório da PF.

Para avançar na apuração sobre a relação de Bezerra com a empresa no paraíso fiscal, a PF pediu mais tempo para concluir o inquérito. “A hipótese criminal que aponta para essa continuidade delitiva exige o aprofundamento da investigação a fim de melhor compreender os efeitos decorrentes da renúncia de direitos da empresa Qumir USA LLC efetuado por Marcos Borin em favor de familiares do Senador Fernando Bezerra, notadamente se tal renúncia se traduziu em ganhos financeiros para o parlamentar”, afirma a PF no relatório parcial sobre a investigação.

O empresário Marcos Borin, por meio de nota, disse que “jamais fez qualquer cessão de direitos” e que a empresa o investimento no exterior está “devidamente declarado em seu Imposto de Renda.”  “Com relação à Operação Desintegracão, a empresa refuta todos os fatos narrados, que são apenas ilações desprovidas de prova, como será demonstrado em juízo”, diz ele.

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  1. Bolsonaro de rabo preso para esconder cagadas dos filhos, da a entender que fará de tudo para defendê-los, nem que pra isso tenha que queimar Moro. Esta dificil né senhor Presidente. Manter os bons e a palavra anti-corrupção. Tenha certeza de uma coisa. O senhor só mantem credibilidade respeitando o Moro e aqueles que o elegeram. O Senhor tem q escolher o povo ou a minoria intrigueira.

  2. Alguém poderia explicar a permanência de Bezerra na liderança do governo no senado? Trata-se de um dos maiores crápulas da politica brasileira.Com a palavra o Presidente Bolsonaro.

  3. Esse BANDIDO vem sendo protegido, em nome da governança, senão a ala fisiológica do CONGRESSO se rebela . Haveremos de descobrir uma forma de aproximar desse ladrão uma ratoeira. Troca-se o queijo por um maço de notas, essa merda abraça!!!

  4. Joguei a toalha com o Bolsonaro depois que ele indicou o corruPTo Fernando Bezerra como líder do governo no senado. Tem um velho dito popular " Quem anda com os porcos farelo come"

    1. Eliomar ñ está errado. Chegando a Bezerra chega -se ao dono dos porcos. Tem coisas q acho difícil entender: se Bolsonaro chega em audiência, convidado, no SENADO, e toma a providência? Dizem q as 3 casas têm q ter harmonia, mas nenhum visita o outro, e todo mundo é vizinho. Será q se encontram no aeroporto clandestino, onde Geddel recambiou a mala?

  5. Política é a arte do possível. Bolsonaro tem que lidar com o Centrão ou seu governo acaba, simples assim. Todo dia Rodrigo Maia dá uma declaração contra o Governo, contra Bolsonaro, mas ele não tem poder de tirar essas peças do tabuleiro. Precisamos das Polícias, do MP e do Judiciário nessa faxina, infelizmente. E em 2022, do povo.

    1. Sempre esteve. Mas era "batedor de carteira" e "flanelinha do crime", como rachid. Agora, teve de se aliar a corrupção de "grosso calibre" para salvar o Flavuxo... e talvez a si mesmo. Nova fase na corrupção da família Bolsonaro.

    1. Tudo bem, Catilinário. Estou vendendo pelo preço que comprei, apenas repassando a informação. Mesmo porque nunca estudei sua árvore genealógica, me parece que quem disse isso foi o próprio, talvez para mostrar uma certa importância por uma origem tão nobre. É político, não é?

    2. Paulo. Menos... No Pernambuco tem todo tipo de "Coelhos": dos bons e dos ruins. Eu mesmo tinha um bom amigo (que já partiu para a eternidade) que era dos bons. E nem todo "Coelho" é da mesma "toca". Este aí, se tiver ligação com o bravo e eficiente Duarte Coelho, deve ser por descender do "cocô do cavalo" do Duarte Coelho, misturado com o cocô de alguma bezerra.

    3. E olhe que essa figura aí, é descendente de um donatário da capitania hereditária de Pernambuco e fundador de Olinda, o Duarte Coelho! Vejam só como é importante... e corrupto.

    4. É da turma do Bozo, e sendo corrupto tem aprovação plena dos demais poderes. Diria, é de casa, segue o manual!

  6. O termo usado de "paraíso fiscal" não se enquadra bem para o estado de Delaware. É verdade que existem incentivos fiscais para se instalar empresas neste estado, como se fosse uma espécie de zona franca, mas está sujeito às leis americanas, é óbvio, incentivos fiscais existem, mas tudo dentro da legalidade.

    1. Jornalistas deveriam estudar melhor, antes de dizer que seja paraíso fiscal.

  7. Vamos torcer para que a PF finalize está investigação com sucesso. O Brasil precisa ser passado a limpo. De nossa parte, lutarmos para que o Ministro Sérgio Moro continue onde está. Afinal, votamos no Bolsonaro visando que cumprisse suas promessas com a Lava Jato.

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