Adam Jones/Flickr

Por que Messi não foi para a Argentina?

08.06.23 13:54

Aos 36 anos, Lionel Messi anunciou para o mundo que jogará pelo Inter de Miami, time da Major League Soccer (MLS), o principal campeonato de futebol dos Estados Unidos. Quatro anos mais velho do que Ronaldo Fenômeno — outro multicampeão e também multimilionário —, quando decidiu retornar ao seu país natal, em dezembro de 2008, antes de encerrar a carreira. Mas, perto de pendurar as chuteiras, fica a pergunta: por que Messi não foi para a Argentina?

Ele cresceu no bairro La Bajada, sul da cidade de Rosário, e jogou pelas categorias de base do time do coração, o Newell’s Old Boys até os 13 anos, quando foi para o Barcelona da Espanha. Apesar de nunca ter jogado profissionalmente por um clube argentino, o craque foi definitivamente abraçado pelo seu povo, após a conquista da Copa do Mundo de 2022.

Mas, antes de finalmente ter sido colocado na prateleira de “Deus do futebol”, onde está Diego Maradona, os torcedores já sonhavam com uma remota possibilidade de Messi mostrar a sua genialidade nos gramados da Argentina.

Até o presidente da Argentina, Alberto Fernández, pediu para o jogador vestir a camisa do clube em que ele se formou antes de se aposentar. “Messi está no coração de todos nós e nunca pudemos vê-lo jogar em nossa terra. Nos dê a alegria de encerrar sua carreira no Newell’s Old Boys”, disse em entrevista à emissora C5N TV, em agosto de 2020.

Na época, Fernandez brincou também que chegou a consultar o então presidente do Banco Central, Miguel Ángel Pesce, sobre a possibilidade de financiar o contrato de Messi. Porém, de lá para cá, o chefe do Executivo vê o país perder de goleada dentro de casa.

Além de não conseguir frear a desvalorização do peso frente ao dólar, o país vizinho registrou um novo recorde em maio: a inflação dos últimos 12 meses chegou a 109% — o maior índice registrado em quase 32 anos. Em meio à crise econômica e a quatro meses dos hermanos irem às urnas pelas eleições do país, Fernández veio a Brasília pedir ajuda ao presidente Lula.

Nessa situação, não há time na Argentina que possa oferecer algo que interesse ao jogador, que ainda recusou uma oferta de 400 milhões de euros anuais (cerca de R$ 2,1 bilhões) feita pelo Al Hilal, da Arábia Saudita.

Com a previsão de uma nova recessão em seu país, o jornalista e apresentador da TV Argentina, Diego Esteves Rezende, acredita ser inimaginável para os argentinos pensar no craque jogando no campeonato local.

Embora o sonho do Messi seria vestir a camisa do clube de Rosario, Newell’s Old Boys, time de base dele, o problema seria financeiro. Nenhum clube argentino pode pagar Messi”, diz Rezende.

Os argentinos então sonham que o jogador mantenha a força física e a habilidade para jogar na próxima Copa da Fifa, em 2016. “A ilusão da quarta estrela para a seleção argentina faz com que o torcedor argentino queira que ele continue competindo em alto nível para chegar na melhor forma possível ao campeonato mundial. Enquanto existir Messi, a ilusão do tetra continua viva“, disse.

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