Por que o Estado Islâmico quer criar uma província na África

16.08.20 18:08

Um grupo com cerca de 100 soldados do Estado Islâmico da Província da África Central (foto), uma filial do Estado Islâmico, tomou a cidade portuária de Mocímboa da Praia e duas bases militares na terça, 11, em Moçambique. O Exército chegou a anunciar que tinha repelido o grupo, mas terroristas seguem no controle de algumas áreas do porto e da cidade.

Nessa região do norte de Moçambique, conhecida como Cabo Delgado, mais de mil pessoas já morreram em ações do Estado Islâmico. Outras 250 mil deixaram suas casas. O Exército nacional é incapaz de fazer frente à ameaça e especialistas já falam da necessidade em recorrer a algum tipo de ajuda internacional.

“O Estado Islâmico está interessado na África porque perdeu seu território no Oriente Médio e precisa demonstrar aos seus seguidores que é uma organização resiliente”, diz o cientista político Colin Clarke, especialista em terrorismo e autor do livro Depois do Califado.

Em março de 2019, forças da oposição síria apoiadas pelos americanos derrotaram o último bastião do grupo, o que fez com que o Estado Islâmico ficasse sem território. Como consequência, o grupo perdeu muito seu poder de recrutamento. No auge, o EI governou áreas da Síria e do Iraque, controlando a vida de 8 milhões de pessoas.

Um território no norte de Moçambique poderia elevar novamente o ânimo da organização terrorista e convencer mais jovens a se juntar a ela. “A África é atormentada por governos pobres, fronteiras porosas e forças de segurança fracas. Tudo isso faz com que a região seja ideal para o Estado Islâmico estabelecer algum califado”, diz Clarke.

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    1. chega de EL! Forças internacionais URGENTE. Já basta de cativeiro. Chega de opressão e terrorismo.

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