William Volcov/Brazil Photo Press/Folhapress

Promotoria pede que Doria explique relação com filial chinesa do Lide

30.05.21 16:14

O Ministério Público de São Paulo enviou questionamentos a João Doria (foto) sobre a relação da gestão tucana com o Lide China, uma filial do grupo de líderes empresariais fundado pelo governador em 2003 para promover eventos com agentes públicos e empresários.

A medida é um procedimento preliminar adotado pela Promotoria antes de definir se abre uma investigação. O pedido de explicações foi feito no fim de abril por deputados estaduais de oposição com base em reportagem publicada naquele mês por Crusoé.

A reportagem revelou a atuação da filial chinesa do Lide, então comandada pelo advogado Marcelo Braga Nascimento. Amigo do governador, Braga Nascimento já defendeu Doria em ação judicial, atuou como assessor jurídico da campanha do tucano em 2018 e aluga um imóvel seu para o diretório estadual do PSDB.

O Lide China funciona em São Paulo, em um dos imóveis do escritório de advocacia de Marcelo Braga Nascimento. Outros dois dirigentes da filial chinesa do grupo de Doria também são sócios da banca. Documentos obtidos por Crusoé mostram que, até 2019, o escritório custeava as ações do grupo empresarial e recolhia os pagamentos dos filiados. Também recebeu pagamentos de empresas que detêm concessões e contratos com o governo paulista.

Desde quando Doria assumiu o governo do estado, em 2019, os dirigentes do Lide China têm participado de reuniões do governo tucano com delegações chinesas e foram com o governador em missão oficial à China em agosto daquele ano. Doria e Braga Nascimento negam haver qualquer irregularidade na relação entre o Lide e o governo.

Após a reportagem de Crusoé, Marcelo Braga Nascimento deixou o comando do Lide China e quem assumiu foi um de seus sócios no escritório de advocacia.

A oposição quer que o MP investigue a relação entre o governador e o Lide para verificar se “há mistura entre os interesses do conglomerado empresarial de João Doria e os interesses do estado de São Paulo”. Após analisar as respostas aos questionamentos enviados ao governador, o MP vai definir se abre um inquérito ou arquiva a representação.

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