Divulgação/PF

Propina foi transportada em voos fretados para a Paraíba

17.12.19 16:11

Parte da propina paga a agentes públicos da Paraíba foi transportada em voos fretados. Investigação da Operação Calvário – Juízo Final, deflagrada nesta terça-feira, 17, aponta que pelo menos 1,8 milhão de reais foram levados de Curitiba a João Pessoa em jatos executivos, alugados por 60 mil reais. O valor corresponde a vantagens indevidas pagas por uma empresa de robótica, que forneceu equipamentos à Secretaria de Educação.

Os detalhes do transporte da propina foram relatados pelo ex-secretário de Turismo Ivan Burity. Próximo ao ex-governador paraibano Ricardo Coutinho, do PSB, ele fechou acordo de delação premiada após passar dois meses na cadeia.

O primeiro voo da propina ocorreu, segundo o delator, no primeiro semestre de 2012. Burity diz que foi a Curitiba por determinação de Livânia Farias, ex-secretária de Administração da Paraíba. A viagem de ida ocorreu em voo de carreira. Em Curitiba, o delator teria visitado o escritório da empresa Brink Mobil, comandada pelo empresário Valdemar Ábila, também alvo da operação.

“Na oportunidade, fui informado por Valdemar de que ele dispunha de um jatinho que decolaria do aeroporto secundário em Curitiba a partir de um hangar de um amigo do genro dele, onde eu não precisaria me preocupar com fiscalizações. No dia seguinte, Valdemar foi ao Hotel Bristol, cedo da manhã, e me levou uma mala com aproximadamente R$ 1 milhão”, contou Ivan Burity a investigadores da força-tarefa.

O dinheiro, segundo o delator, era propina paga em decorrência de uma licitação realizada na Secretaria de Educação para a compra de material de robótica. O fretamento da aeronave custou 60 mil reais, valor previamente descontado do dinheiro da propina.

O segundo voo privativo para o transporte de propina teria ocorrido em dezembro de 2014, de acordo com Ivan Burity. “Valdemar esteve no hotel e me entregou uma mala com aproximadamente 800 mil reais. Pediu que pegasse um taxi e me deu o nome de um hangar diferente do utilizado na primeira entrega, porém, com as mesmas garantias de que não haveria fiscalização da bagagem”.

O fretamento custou outros 60 mil reais. “Houve um reabastecimento da aeronave em Minas Gerais. Segundo me assegurou Valdemar, por questões de segurança da operação, eu não constaria como passageiro. Era um passageiro oculto. Tivemos, inclusive, escolta de uma viatura policial até passar pela rodoviária federal”, relatou Burity.

Em nota, o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho informou que vai antecipar seu retorno de “férias programadas” para se colocar “à inteira disposição da justiça brasileira para que possa lutar e provar minha inocência”. A reportagem entrou em contato com a Brink Mobil, mas ninguém retornou as ligações.

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  1. O esquema de corrupção implementado pelo PTraidor serviu para toda a esquerda se lambuzar. Cana para a marginália esquerdista.

    1. O Povo brasileiro tem que aprender a vota o : Aécio Neves, Paulinho da Força,R. Maia,Eduardo Cunha,Sérgio Cabral, Alcolumbre,Serra e vários outros corruPTos não são do nordeste. Mas também tem muitas desgraças corruPTas aqui.

  2. Show de horrores!!! As quantias são estarrecedoras!!! Robótica????? Pra quem não tem creches, escolas, merenda e professores!!!! Ainda tem Cortes defendendo ferrenhamente as ações “inocentes “ até a instância de São Nunca!

  3. Está aí o resultado de tudo isso. O povo elegeu esses bandidos do moderno cangaço, um cangaço muito mais sofisticado e eficiente, pois atua no coração do poder. O povo, recém saído das amarras do coronelismo, cai nas mãos do cangaceiro-mór de Garanhuns "O Cachaceiro nove dedos". E ainda acho aqui quem me critique por ser preconceituoso com esses "paraíbas" que não tem nada a ver com o povo de lá. A verdade sempre aparece.

    1. E os que estão Governando agora?protegidos por foros privilegiados?

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