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PT começa a ver Márcio França como peça útil na eleição paulista

09.04.22 08:03

O PT começou a encarar de forma diferente a candidatura de Marcio França (foto) ao governo de São Paulo. Até pouquíssimo tempo, o partido que lançará o ex-prefeito Fernando Haddad ao Palácio dos Bandeirantes insistia para o ex-governador do PSB desistir da disputa e formar um palanque único de esquerda para tentar derrotar o PSDB e o bolsonarismo no estado. Na esteira da última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta, 7, as conversas nos bastidores do petismo forjaram um novo entendimento.

Agora, já há uma ala dentro do PT considerando a candidatura de França “útil” para tentar evitar que o governador Rodrigo Garcia, do PSDB, consiga chegar ao segundo turno. Na visão dos petistas, o tucano é o adversário mais forte a ser enfrentado na fase final da campanha, tanto por controlar a poderosa máquina do estado como pelo amplo arco de alianças, que inclui a União Brasil e o MDB. O Datafolha mostrou que a saída de França do páreo renderia votos a Haddad, mas também fortaleceria Garcia.

Segundo a pesquisa, Haddad sobe de 29% para 35% em um cenário sem Márcio França, enquanto Rodrigo Garcia passa de 6% para 11%, empatando com o ex-ministro Tarcísio de Freitas, do Republicanos, o candidato lançado pelo presidente Jair Bolsonaro. No cálculo petista, Haddad já está garantido no segundo turno e seria mais fácil enfrentar Tarcísio do que Garcia, com uma campanha estadual também polarizada, no tom do provável embate entre Lula e Bolsonaro na corrida presidencial.

Márcio França aparece em segundo lugar nas pesquisas, com 20%, e tem dito aos petistas que tem mais chance do que Haddad de derrotar o PSDB e o bolsonarismo em São Paulo porque tem menos rejeição do que o ex-prefeito e atrai votos tanto da esquerda quanto da direita. Para o PT, que não está disposto a abrir mão da candidatura própria, essa versatilidade de França pode ser um trunfo para enfraquecer as outras campanhas, especialmente a de Garcia.

Antes de assumir o governo em 2018, com a renúncia de Geraldo Alckmin para concorrer à Presidência, França foi colega de secretariado de Rodrigo Garcia na gestão alckmista. Ambos dialogam com eleitores de perfis parecidos.

O PT acredita que, em um segundo turno contra Tarcísio, Haddad poderá herdar a maior parte dos votos de França e até de uma parcela de eleitores de Garcia que rejeitam Bolsonaro. Já em um eventual embate com o atual governador, a migração de votos tende a beneficiar muito mais o candidato tucano, que também terá um exército de prefeitos trabalhando a seu favor.

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  1. As pessoas deveriam se recusar a participar dessas pesquisas! Pretendentes a gestores deveriam trabalhar c projetos e planos de governo ñ c esse "quem chega primeiro" q sabe Deus como é feito, pq não reflete em nada a perspectiva das pessoas, pelo menos com as quais eu convivo... E o Haddad deve estar fazendo o q algumas pessoas fazem: ñ conseguem emprego, vão dar aula! Como se fosse simples. Ele ñ se acerta em canto nenhum e quer governar um Estado! Perdão pelo mal jeito, mas, vai se catar!

  2. Bolsonaro e seus indicados, nunca estão na frente, distante mais de 30 pontos, mas todos ficam batendo forte, nos seu candidatos e querendo abrir mão de candidaturas para vencê-los. Afinal, estão ou não verdadeiramente tão distantes? Oferecem ou não perigo as candidaturas da esquerda?

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