‘Tiro, porrada e bomba’: os bastidores da disputa pelo comando da Comissão de Orçamento
10.10.20 14:07Rivalidades e confrontos por poder e espaço político fazem parte da rotina do Congresso. Mas, desde setembro, um embate praticamente monopoliza a articulação de deputados e senadores: a disputa pelo comando da Comissão Mista de Orçamento, a CMO. O colegiado tem a atribuição de examinar e emitir pareceres sobre as receitas e despesas do governo – em 2021, o Planalto estima um gasto de 1,5 trilhão de reais.
A instalação da CMO para início dos debates sobre o orçamento deveria ter ocorrido há quase três semanas, mas foi adiada duas vezes, em razão da guerra pela presidência da comissão. E não é só o controle do colegiado que está em jogo: o confronto tem reflexos diretos nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado, marcadas para fevereiro.
Em seu primeiro mandato como deputada federal, Flávia Arruda, do PL do Distrito Federal, está no centro da disputa. Ela foi a escolhida pelas principais lideranças do Centrão, como Arthur Lira, do Progressistas, e Wellington Roberto, do PL, para disputar o comando da Comissão de Orçamento com Elmar Nascimento, do DEM da Bahia.
Antes da pandemia, lideranças haviam firmado um acordo para que Elmar comandasse o colegiado este ano. Mas a crise da Covid-19 e seus desdobramentos políticos mudaram o cenário. Em julho, o DEM e MDB deixaram o chamado “blocão”, grupo que reúne os partidos do Centrão, como PL, Progressistas, PSD e Pros.
Com o desembarque das duas legendas, Arthur Lira e Wellington Roberto entenderam que o acordo fechado no começo do ano não tinha mais valor e que a prerrogativa de maior bloco da Câmara dava ao grupo o direito de indicar um nome para a presidência do colegiado.
O presidente do Senado, no entanto, resolveu entrar em cena. Correligionário de Elmar Nascimento, Davi Alcolumbre tenta fazer valer o acerto do início do ano para garantir o comando do colegiado ao DEM. O envolvimento de Alcolumbre no caso o colocou em uma delicada situação política: há quem avalie na casa que uma eventual derrota do deputado baiano possa respingar em sua sonhada reeleição ao comando do Senado. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também apoia Elmar Nascimento, mas não tem se envolvido tão diretamente na disputa quanto Alcolumbre.
A querela deve esquentar nos próximos dias. Aos 40 anos, Flávia Arruda é estreante em cargos públicos. Mas a ex-apresentadora de TV, recém-formada em direito, conhece de perto os bastidores da política há mais de 15 anos, desde que se casou com o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. Preso e cassado depois de se envolver no escândalo que ficou conhecido como “mensalão do DEM”, Arruda manteve a popularidade e os índices de aprovação em alta na capital federal, além de ter preservado a força nas negociações de bastidores.
O caminho de Flávia Arruda até a disputa pelo comando da Comissão de Orçamento começou com sua eleição para a coordenação da bancada do Distrito Federal. Como representante dos parlamentares da capital federal, ela vai integrar o grupo de 40 deputados e senadores da CMO. Nos últimos meses, Flávia se aproximou de líderes do Centrão, estudou sobre orçamento e se cacifou politicamente na casa.
A eleição para a Comissão do Orçamento ocorreria nos dias 29 de setembro e 6 de outubro, mas os dois encontros foram cancelados por Alcolumbre. A decisão foi vista como uma sinalização de que Elmar Nascimento, do DEM, não teria os votos necessários para conquistar a presidência. Em reunião de líderes, um dos argumentos apresentados por Alcolumbre foi o receio de que a reunião “acabasse em porrada”.
Ele fazia menção a mensagens postadas nas redes sociais pelo deputado Luís Miranda, do DEM, no último dia 6. “Hoje, o pau quebra, mas os corruptos não levam”, escreveu Miranda. “Será tiro, porrada e bomba!”, emendou. Com o feriado de segunda-feira, 12, e com as eleições municipais batendo à porta, Alcolumbre resolveu decretar recesso branco no Senado e os parlamentares só devem retomar os trabalhos no dia 21 para a sabatina do desembargador Kassio Marques, escolhido por Jair Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal. Até lá, a cadeira de presidente da Comissão de Orçamento permanecerá vaga.
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É uma “grande família”.
Se é apoiada pelo Centrão, é certeza que não presta.
ALCOLUMBRE NÃO É BAIANO, É CORRUPTO!!! #MORO 2022
Ao poupar todos os políticos do PSDB (quem puder que prove o contrário) nosso ex ministro da Justiça, prova que além da deslealdade inédita de um ex ministro, tb pode ser considerado corrupto por não defender-nos dos corruptos do seu partido. Nem mesmo Serra ele acusa de corrupção, isso sim é ser seletivo.
os lobos estão vorazes
Ela é até bonitinha, mas casou com um corrupto. Como se fala em Brasília: casou com corrupto, corrupta é. Não é verdade Micheque?
O DESESPERO de não ter a quem defender e apoiar faz isso. Não que não se deva verificar tudo que possa ser corrupção, mas acusar sem apresentar qualquer sugestão significa que o companheiro não está preparado para ajudar nosso Brasil.
Todos querendo nos roubar. País de merda. Povo de merda.
Se eu fosse do Roraima nunca mais votava nesse gordinho...
Onde no texto há a menção de que o Alcolumbre é baiano ou roraimense?
Leia com atenção- alcolumbre agora é baiano!
Casada com Jose Roberto Arruda. Quer comandar orçamento......... sei !!!
Merecemos!!!