Quem são os seis cúmplices de Trump na tentativa de fraudar as eleições

Donald Trump deverá comparecer a um tribunal federal em Washington nesta quinta-feira (3) para ouvir as acusações que enfrenta em seu terceiro processo criminal em seis meses.

Desta vez, o ex-presidente enfrenta quatro acusações em sua tentativa de fraudar as eleições presidenciais de 2020, quando foi derrotado por Joe Biden.

Na ocasião, Trump promoveu denúncias sabidamente falsas de fraude em votações nos estados da Geórgia e do Arizona, onde perdeu por pouco.

Ele chegou a pressionar a autoridade eleitoral máxima de Geórgia por telefone para anular votos a favor de Biden arbitrariamente.

Trump responde nesse processo por “conspiração para fraudar os Estados Unidos”, “conspiração para obstruir um processo oficial”, “obstrução ou tentativa de obstrução de um processo oficial” e “conspiração contra direitos”.

Além do ex-presidente, outras seis pessoas foram denunciadas como “co-conspiradores”.

Nenhuma delas é citada com nome no documento da denúncia formal, mas são deduzidas com base nos atos e credenciais que lhe são atribuídos.

O primeiro e mais conhecidos dele é o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani (foto).

Célebre por sua gestão como prefeito de Nova York no 11 de setembro, Giuliani caiu em desgraça ao liderar o braço legal de Trump na deslegitimação das eleições de 2020.

Segundo a procuradoria responsável pela denúncia formal, Giuliani “estava disposto a espalhar declarações sabidamente falsas” e “prosseguir com estratégias” às quais nem a campanha de reeleição do então presidente estava disposta.

O “co-conspirador 2” é John Eastman, ex-advogado da Casa Branca. Ele é responsabilizado por um plano para burlar o sistema eleitoral americano.

Eastman tentou fraudar a seleção dos membros do colégio eleitoral, que são escolhidos pelos votos nas urnas e formalizam a eleição do presidente.

O terceiro denunciado é a advogada Sidney Powell, a principal fonte de declarações mais inflamadas e infundadas sobre suposta fraude eleitoral.

Os procuradores apontam que até mesmo Trump “reconhecia a outros privadamente que [as fake news de Powell] soavam ‘loucas'”.

O quarto co-conspirador é Jeffrey Clark. Durante a eleição, ele era o chefe da Divisão Cível do Departamento de Justiça americana, equivalente ao Ministério da Justiça no Brasil.

Clark “tentou coagir” autoridades do Departamento de Justiça a assinar um documento alegando falsamente que foram descobertas irregularidades em votações em diversos estados.

“Co-conspirador 5”, o advogado Kenneth Chesebro trabalhou para Trump em ações contestando o resultado das eleições no estado de Wisconsin e, depois, em diversos outros.

Os procuradores lhe atribuem denúncia semelhante à de Eastman, envolvendo a falsificação de membros do colégio eleitoral.

Ainda há controvérsias sobre quem seria o sexto co-conspirador.

Segundo o New York Times, em reportagem publicada nesta quinta, a descrição de um email atribuído a esse co-conspirador é compatível com um assinado por Boris Epshteyn, conselheiro da campanha de Trump.

Epshteyn é apresentado pelos procuradores como “um consultor político” envolvido no plano de fraudar o colégio eleitoral, assim como Eastman e Chesebro.