Edilson Rodrigues/Agência Senado

Recurso contra acordo Embraer-Boeing será julgado por novato no Cade

17.02.20 16:11

Caiu nas mãos do conselheiro Luiz Hoffmann (foto) o recurso do Ministério Público Federal para que o tribunal do Cade analise novamente a operação de compra de parte da brasileira Embraer pela norte-americana Boeing.

Anunciada em julho de 2018, a operação de venda do controle da divisão comercial da Embraer para a Boeing é avaliada em 4,2 bilhões de dólares e foi aprovada pelo Cade em 27 de janeiro deste ano.

Na semana passada, porém, o MPF apresentou recurso dizendo ter identificado “algumas omissões” na decisão tomada pela Secretaria-Geral ao avaliar o mercado que seria afetado com a operação.

Um dos pontos questionados é sobre o impacto da operação para a aviação regional brasileira. O recurso agora será avaliado pelo relator, que foi escolhido por sorteio e submeterá sua decisão ao plenário do Cade.

Hoffmann é novato no órgão antitruste. Especialista em Direito Tributário, ele foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro em agosto do ano passado e teve o nome aprovado pelo Senado no início de outubro.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Impressionante como há gente tentando atravancar as coisas no Brasil. Esse povo do MP tem hora que se acha. São os guardiões do que existe e da fantasia.

  2. Ao invés de tentar adivinhar os impactos na aviação o MP poderia investigar se realmente existe concorrência entre as empresas aéreas no Brasil.

  3. Seria um monumental retrocesso se houvesse alguma vedação ao negócio. Para quem não é do ramo, é inimaginável a vantagem política, econômica e geopolítica dessa união. Em indústria aeronáutica o Brasil vai decolar (de novo) na sinergia obtida com a Boeing. Dessa operação, resultarão muitos bons negócios pelo mundo todo, nas asas da sempre confiável EMBRAER, respeitada em todos os mercados e continentes. Farão frente inclusive à implacável rival canadense Bombardier, hoje uma saprófita da AIRBUS.

    1. Mais: o nome EMBRAER, a marca que realmente conta nos negócios, nas Bolsas, ficará intacta. A expectativa é que os E-190, p.ex. saiam como BE-190 (Boeing Embraer 190). E o Brasil fica com a marca intacta nas aeronaves militares e desenvolvimento de produtos táticos.E c/o recur$o! Novamente uso o exemplo da Fiat, que hoje é FCA - Fiat Chrysler Automobile. mesmo a família Agnelli possuindo uma dúzia de marcas, incluindo Ferrari, Lancia, o nome na nota fiscal e no pregão da Bolsa é Fiat Chrysler.

    2. Leandro, o "nomen juris" do negócio é aquisição,você está certo. Contudo a expertise, os produtos já desenvolvidos pela EMBRAER e reconhecidos no mundo todo, serão valorizados com a injeção de recursos da BOEING. Quem se destaca é a empresa brasileira, eis que a gigante do ar não precisa de mais destaque, precisa é de faturamento. Quando a Fiat adquiriu a Chrysler, a ideia foi a mesma. Os italianos tinham $$ mas precisavam dos produtos Chrysler, renomados desde os 50's. A isso chamo simbiose.

    3. Há um pouco de ingenuidade nesse pensamento. Veja um contraponto: o mercado global, em especial o de aviação, é bem mais complexo. Não se trata de uma parceria com a EMBRAER, é uma aquisição da EMBRAER pela gigante BOEING. Trata-se da compra de mão-de-obra de engenharia e da compra do mercado de aviação de aeronaves a jato de até 130 assentos e da aquisição de tecnologias desenvolvidas pela EMBRAER, que a BOEING, hoje não possui, é não tem "time tô market" para desenvolver. BOEING X AIRBUS.

Mais notícias
Assine agora
TOPO