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Relatório da ONU descreve as torturas feitas por militares na Venezuela

17.07.20 09:01

O relatório feito pela equipe da alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, após entrevistas na Venezuela foi apresentado nesta quarta, 15. O texto traz informações sobre as torturas realizadas na Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), da ditadura de Nicolás Maduro (foto).

“As pessoas detidas na Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM) foram submetidas a sessões que envolveram uma ou várias formas de tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes durante os interrogatórios, os quais poderiam constituir tortura. Nos casos documentados, foram feitas referências a surras severas com tábuas, asfixia com sacos plásticos e produtos químicos, imersão de cabeça na água, choques elétricos nas pálpebras e violência sexual com choques elétricos nos órgãos genitais”, diz o relatório da ONU. “Os detidos também foram expostos a baixas temperaturas e a lugares com luz elétrica constante. Foram algemados ou vendados por longos períodos e ouviram ameaças de morte contra si mesmos e seus familiares.”

Como resultado das torturas, os cidadãos venezuelanos desenvolveram problemas psicológicos como depressão, insônia, ansiedade, estresse pós-traumático e passaram a ter idéias de suicídio. Também começaram a sofrer problemas físicos como dor crônica, perda de sensibilidade nas extremidades, falência nos rins, hipertensão, lesões oculares e desmaios.

Segundo a equipe comandada por Bachelet, em alguns casos, os médicos que analisaram os presos emitiram certificados falsos em que não constavam os sinais de tortura.

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