Agência Senado

Fernando Bezerra no ‘banco dos doleiros’

13.05.19 07:10

Os arquivos armazenados dentro do “banco dos doleiros” revelado por Crusoé poderão auxiliar a Polícia Federal de Alagoas na investigação sobre o pagamento de propina da Odebrecht para o líder do governo no Congresso, o senador Fernando Bezerra Coelho, do MDB de Pernambuco.

De acordo com os delatores da Odebrecht, entre 2013 e 2014, o departamento de propina da empresa repassou 1 milhão de reais a Bezerra, então ministro da Integração Nacional de Dilma Rousseff, valor relacionado à obra do Canal do Sertão, em Alagoas.

Metade desse valor, contou o executivo João Pacífico, foi entregue de uma só vez, em 8 de setembro de 2014, para um intermediário do parlamentar no Recife. As planilhas entregues pelos executivos da Odebrecht detalham que o codinome utilizado era “charada”, e quem fosse receber os valores teria de dizer a senha “pitombeiras”.

Pois bem: no sistema ST, um dos usados no “banco dos doleiros”, em que os operadores Vinicius Claret e Cláudio Barboza armazenavam as transações de mais de 45 doleiros, estão registradas informações que corroboram a versão dos delatores sobre a entrega de dinheiro para Bezerra.

Na conta corrente no ST do principal fornecedor de dinheiro vivo da Odebrecht, o doleiro Álvaro Novis, é possível encontrar no mesmo dia 8 de setembro de 2014 uma entrega de 500 mil reais.  No campo ‘observações’ do sistema estão as seguintes informações: “Em Recife, senha Pitombeiras C.14.1521-404150”.

Tanto a cidade como a senha e o número coincidem com as anotações entregues pelos delatores nos anexos de suas colaborações. Agora, a PF só precisa pedir compartilhamento das informações com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.

A defesa do senador Fernando Bezerra disse que ele não recebeu os valores citados pelos delatores e registrados no “banco dos doleiros” e que o parlamentar “confia que o caminho natural dessa investigação será o arquivamento.”

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