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Saída russa da Estação Internacional reforça politização do espaço

26.07.22 12:23

O diretor-geral da agência espacial russa Roscosmos, Yuri Borisov, disse nesta terça, 26, que seu país deixará a Estação Espacial Internacional depois de 2024. O anuncio foi feito após uma reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Como a Estação tem uma vida útil até 2030, a decisão de abandonar o projeto antes da hora mostra uma motivação política, algo que já vinha sendo esboçado pelo governo russo nos últimos meses. Com o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro, o nacionalismo russo se fortaleceu e a cooperação com países do Ocidente ficou mais difícil.

No início de julho, a Roscosmos publicou uma foto de três cosmonautas na Estação Espacial com uma bandeira da região de Luhansk (foto), ocupada por militares russos. “Nós celebramos na Terra e no espaço“, dizia a mensagem da agência. Foi um claro uso do espaço para propaganda política.

A saída russa sinaliza uma volta ao passado. “Depois da Guerra Fria, quando os países só colaboravam com aliados que pertenciam aos seus respectivos blocos, o capitalista e o comunista, a Estação Espacial inaugurou uma nova fase, em que as nações poderiam cooperar com quem elas quisessem“, diz Raquel Missagia, professora de relações internacionais da Universidade Federal Fluminense e pesquisadora do Instituto de Estudos Estratégicos. “Esse período está acabando, porque a Rússia agora deve construir sua própria estação, assim como a China já está fazendo.”

Além de sinalizar o fim de uma cooperação histórica entre 15 países, que começou em 1998, a retirada russa mostra que o efeito das sanções pode ser o oposto do pretendido.

Quando anunciou sanções contra a Rússia, em fevereiro, o presidente americano Joe Biden deixou claro que um dos objetivos era prejudicar o programa aeroespacial russo.

Cortaremos mais da metade das importações de alta tecnologia da Rússia e isso afetará sua capacidade de continuar modernizando suas Forças Armadas. Isso degradará sua indústria aeroespacial, incluindo seu programa espacial”, disse Biden em um discurso na Casa Branca.

O resultado pode ser conferido no anúncio desta terça. “A Rússia agora irá desenvolver a própria tecnologia. Isso certamente demandará mais tempo, mas ao final acabará fortalecendo o programa espacial russo. Eles passarão a produzir aquilo que antes importavam“, diz Raquel Missagia.

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  1. Pelo visto estes marionetes, que insistem em associar nomes feios às suas mães, já partiram para o espaço com a bandeira das áreas "conquistadas" muito antes de a guerra começar.

  2. Pesquisem sobre a falta de microchips para a indústria de tecnologia russa, fruto da adesão de Taiwan às sanções e o adjetivo que o próprio Putin usou para se referir a isso. A Rússia não para de cavar o próprio buraco em que se meteu, e que já está bem fundo. Tomara que o Brasil não siga pelo mesmo caminho e se torne um país ainda mais fora do circuito econômico mundial.

  3. O que os russos farão é espionar e subornar para conseguir se manter em dia com tecnologias de pontas. O comunismo mostrou que não é capaz de gerar competências nessa área.

  4. Sásinhora.... que estupidez inadimissível, sobretudo num ambiente cientifico!!! Esses ""camaradas politicalhas russos"" têm mesmo vocação e amor ao atraso, à perversidade e ao retrocesso!!! Que necrose na espécie Humana é esse nano putin!!!

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