Adriano Machado/Crusoé

Saúde recua e não cobrará prescrição médica para vacinação de crianças

05.01.22 17:38

Comandado por Marcelo Queiroga (foto), o Ministério da Saúde recuou e decidiu que não estabelecerá a exigência de prescrição médica para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra o novo coronavírus. A previsão de cobrança era criticada pela comunidade científica e por governadores e prefeitos.

A pasta fez o anúncio das diretrizes da imunização da população pediátrica nesta quarta-feira, 5, quase três semanas após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizar a aplicação da vacina desenvolvida pela Pfizer nesse público.

O ministério explicou que a vacinação será feita em ordem decrescente de idade, com prioridade para as crianças diagnosticadas com comorbidades ou deficiência permanente. A imunização, disse a pasta, não será obrigatória.

O intervalo entre a primeira e segunda dose do imunizante ficou estabelecido em oito semanas, apesar de a bula da Pfizer recomendar uma janela de três semanas.

Todos sabem que os estudos demonstraram, principalmente em adultos, que, em um intervalo maior do que três semanas, há maior produção de anticorpos neutralizantes. Ou seja, temos um benefício maior“, pontuou a secretária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo. “E, se nós não estamos em um cenário epidemiológico em que haja necessidade de se completar o esquema vacinal primário mais rápido, é melhor que o intervalo se amplie“.

Embora tenha desistido de exigir a receita médica, a pasta orienta que os pais “procurem a recomendação prévia de um médico antes da imunização. Deverá haver autorização para a vacinação por escrito quando pais, mães ou responsáveis não acompanharem a criança no ato de imunização.

Por que essa nossa preocupação? A criança está em pleno desenvolvimento. Então é importante essa informação. Temos alguns efeitos adversos, embora eles sejam raros. Nesse público, o cuidado deve ser maior“, completou Rosana.

De acordo com o IBGE, o Brasil tem cerca de 20,5 milhões de crianças com idade entre 5 e 11 anos. No entanto, o Ministério da Saúde informou que encomendou “mais de 20 milhões de vacinas pediátricas da Pfizer” – o que seria suficiente para a primeira dose, mas não para completar o ciclo vacinal.

A previsão é que essas [20 milhões de] unidades sejam entregues no primeiro trimestre deste ano. Até o fim de janeiro, a estimativa é que 3,7 milhões de doses cheguem ao pais“, diz um texto elaborado pela pasta.

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