Segurança de Bolsonaro deixará PM para concorrer à Câmara pelo Rio

O policial militar Max Guilherme Machado de Moura, segurança e assessor especial de Jair Bolsonaro, pretende se desincompatibilizar da Polícia Militar do Rio de Janeiro em junho para se filiar ao PL, mesmo partido do presidente. Sargento do Bope, a tropa de elite da PM fluminense, ele vai concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados em outubro.

Por ser policial da ativa, é necessário que Moura apresente um requerimento ao comando da corporação pedindo desligamento do cargo. O prazo de desincompatibilização termina em 5 de agosto. “Sou policial militar, não posso me filiar ainda, mas vou fazer isso no dia 30 de junho“, confirmou Max Guilherme a Crusoé.

O policial ganhou a confiança de Bolsonaro depois de integrar a equipe de segurança do então candidato durante o atentado em Juiz de Fora, em setembro de 2018. Nas redes sociais, o assessor especial da Presidência, que recebe salário de 8,1 mil reais, costuma atacar os adversários de Bolsonaro e disparar contra a imprensa. Em 5 de novembro do ano passado, ele teve suas contas no Facebook e no Instagram removidas por “comportamento inautêntico”.

A entrada do sargento na disputa por um assento na Câmara gera ciúmes no círculo próximo ao presidente. Filiado ao PTB, o notório Fabrício Queiroz, ex-faz-tudo do clã Bolsonaro apontado como operador das rachadinhas no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, é outro que tentará se eleger deputado pela primeira vez pelo estado. Como ambos são ligados a Bolsonaro, eles disputam, em tese, a mesma faixa do eleitorado.

Outro integrante do círculo íntimo do presidente que também deverá concorrer à Câmara pelo Rio é Waldir Ferraz. Jacaré, como é conhecido, é amigo de Bolsonaro há mais de vinte anos. Filiado nos anos 1990 ao PSC, partido que também já abrigou o presidente, Ferraz hoje integra os quadros do Republicanos. A lista de candidatos pelo Rio da turma bolsonarista é completada pelo deputado federal Hélio Lopes, o Hélio Negão, que deixou o PSL rumo ao PL para se lançar à reeleição.