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Sob a roupagem de ‘rebelde’, Ciro Gomes é lançado ao Planalto

21.01.22 17:57

O PDT lançou nesta sexta-feira, 21, a pré-candidatura de Ciro Gomes (foto) ao Palácio do Planalto. Com o slogan “Ciro, a rebeldia da esperança” estampado no palco, o ex-ministro endureceu o discurso político, como antecipou Crusoé, e disparou críticas a todos os nomes que presidiram o país desde Fernando Henrique Cardoso.

Ciro argumentou que FHC, Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro governaram com o mesmo modelo econômico engessado e em um formato de governança baseado no conchavo, no fisiologismo e na corrupção. E vendeu-se como a chave para a interrupção do ciclo.

Querem anestesiar os brasileiros dizendo que é melhor eleger quem vender uma falsa paz e amor do que alguém que desafia e propõe mudanças profundas nesse modelo econômico que nos aprisiona. Dizem que se mexermos no que aí está, virá o caos, quando, na verdade, o caos ou já está aí ou virá se deixarmos tudo caminhar no rumo que eles marcaram“, disse.

No extenso discurso, lido a partir de um teleprompter, sobraram ataques pontuais aos pré-candidatos que estão na dianteira das pesquisas de opinião. Ciro chamou Bolsonaro de “boçal” e o acusou de conduzir uma política “genocida. Além disso, classificou Moro como “inimigo da República”. “Hoje seu currículo é um rosário de vergonhas. Foi lambe-botas de Bolsonaro, é juiz condenado por suspeição e hoje é investigado”.

O pedetista condenou a costura de uma terceira via, discutida por candidatos como Sergio Moro, João Doria, Simone Tebet e Rodrigo Pacheco. “Alguns vendem uma falsa versão de união nacional, cujas pontas do iceberg são as manobras feitas para substituir a vontade do eleitor por acordos de cúpula“, pontuou. “Essa é a jogada: acertar Chico com Mané e Maria. Pouco interessam as ideias e propostas. Tem que fazer tudo para que o povo não participe da discussão de seu próprio destino“.

Programa econômico
Na economia, Ciro prometeu recuperar uma proposta das eleições de 2018: criar um plano para viabilizar a negociação de dívidas dos cidadãos com credores, a fim de tirar os nomes dos brasileiros do SPC e Serasa. “Vou resolver, sim, o endividamento de 63 milhões de brasileiros“, disparou.

Além disso, adiantou que pretende lançar um projeto de financiamento de smartphones para a população carente em até 36 vezes sem juros. “Lançarei o programa internet do povo, para facilitar o acesso da população pobre à internet, com o financiamento de smartphones, fazendo disso uma ferramenta de política industrial”.

Sugeriu também revogar o teto de gastos, que, em sua visão, estaria deixando de fora os juros e “aprisionando o gasto público“. “Esse tal de teto de gastos é a maior fraude já cometida contra o povo brasileiro. Ele só controla os investimentos que beneficiam a população e deixa totalmente livre a despesa financeira. Isso é um roubo, uma vergonha, uma insensatez“.

O ex-ministro ainda abordou a necessidade de uma reforma tributária para “acabar com a pouca vergonha” de pobres pagarem mais impostos do que os ricos. Ele prometeu taxar grandes fortunas e cobrar impostos sobre lucros e dividendos. O pedetista ainda assegurou que priorizará pautas como a defesa ambiental e a imposição de novas formas de relação de trabalho.

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