Uma mulher poderia vencer Trump?

A pré-candidata do Partido Democrata Elizabeth Warren acusou seu rival Bernie Sanders (foto) de ter dito a ela em uma conversa privada, em 2018, que uma mulher não poderia vencer as eleições presidenciais dos Estados Unidos. Sanders negou ter dito tal frase.

Independentemente do que os dois pré-candidatos conversaram em privado, o fato é que não se pode mais afirmar que ser mulher seja uma desvantagem nas eleições gerais americanas. Pelo contrário.

“No geral, os americanos são mais propensos a votar em mulheres quando elas aparecem nas cédulas. Elas agora têm um desempenho tão bom quanto os homens em qualquer grupo de eleitores, de democratas ou republicanos”, diz o cientista político Gabriele Magni, da Universidade Loyola Marymount e especialista no comportamento do eleitorado americano.

Apesar de os americanos em geral não terem ressalvas com as mulheres em uma eleição, Magni nota que elas ainda são prejudicadas em pelo menos dois pontos. O primeiro é que apenas as muito bem-sucedidas conseguem se candidatar. “É mais difícil para elas ter o nome aprovado no partido. Trata-se de um problema que tem mais a ver com os líderes dos partidos, que não querem apoiar candidatas mulheres, do que com os eleitores”, diz Magni.

Em segundo lugar, o que também atrapalha é que os eleitores tendem a valorizar a experiência política dos candidatos. “Esta é uma característica que as mulheres têm menos chances de ter, uma vez que é menos provável que elas tenham sido eleitas anteriormente”, diz Magni.